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Barroso reeleito

16 de setembro de 2009

Parlamento Europeu confirma o conservador no cargo até 2014. Após nomeação por chefes de governo da UE, Barroso teve que fazer concessões para obter o apoio dos liberais, sem o qual não teria sido reeleito.

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Barroso fica mais cinco anos à frente da Comissão EuropeiaFoto: AP

José Manuel Durão Barroso, de 53 anos, foi eleito nesta quarta-feira (16/09) para o segundo mandato na presidência da Comissão Europeia. O Parlamento Europeu reelegeu Barroso com 382 votos a favor, 219 contra e 117 abstenções.

O português que preside o órgão executivo da União Europeia (UE) desde 2004 foi eleito com votos de seus correligionários do Partido Popular Europeu (PPE), de outras facções conservadoras e dos liberais. O voto foi secreto, mas as legendas haviam definido em quem votar: verdes e esquerdistas pretendiam votar contra, enquanto os social-democratas receberam a indicação de se abster.

Frankreich EU Parlament in Straßburg Jose Manuel Barroso
José Manuel BarrosoFoto: AP

Barroso disse estar orgulhoso pelo apoio recebido. "Minha autoridade foi fortalecida", assinalou, acrescentando que pretende combater egoísmos nacionais: "Só podemos resistir à globalização unidos".

Comissão Europeia: política, mas não partidária

Apesar de ter recebido 40 votos dos conservadores "eurocéticos", Barroso lembrou que, por sempre ter defendido metas pró-europeias, nenhum dos votos a seu favor pode ter sido contra a Europa. O polonês Jerzy Buzek, presidente do Parlamento Europeu, se mostrou satisfeito pelo fato de a comunidade ter evitado um vácuo político com a reeleição de Barroso.

Em apelo aos seus críticos, Barroso assegurou que a nova Comissão Europeia será política, mas não partidária: "Meu partido é a Europa", ressaltou, afirmando que nos próximos cinco anos pretende colaborar mais com o Parlamento Europeu.

Um junho último, a reeleição de Barroso havia sido sugerida por unanimidade pelos chefes de Estado e de governo dos 27 países-membros da União Europeia. Há cinco anos, ele havia obtido 413 votos a favor, 251 contra e 44 abstenções.

Maioria conquistada com concessões políticas

Na opinião dos correligionários de Barroso, o ex-primeiro-ministro português destacou-se no combate à crise econômica e na proteção do meio ambiente. E esses dois temas continuarão sendo sua prioridade, segundo destacou. "A cúpula do G20 é agora a questão principal", declarou ele, ao comentar a composição da futura Comissão Europeia.

Seus críticos no Parlamento Europeu o acusam de ter demonstrado pouca autoridade diante dos países-membros na defesa de interesses comuns europeus. Já os verdes acham que foi feito muito pouco pela proteção do clima e, na opinião dos socialistas e da esquerda, a política praticada pela comissão presidida por Barroso foi antissocial e a liberalização do mercado interno radical demais.

A reeleição de Barroso encerra dois meses de debates. A votação no Parlamento Europeu, inicialmente prevista para julho, foi prorrogada por dois meses, porque o candidato único não detinha a maioria dos votos na época.

Para obter o apoio necessário, Barroso teve que fazer concessões em seu programa para os próximos cinco anos. Isso inclui a criação de um posto de comissário para Direitos Fundamentais, o que lhe assegurou sobretudo os votos dos liberais.

Dependência do plebiscito na Irlanda

Barroso Merkel
Barroso e MerkelFoto: ap

O atual mandato de cinco anos de Barroso e de toda a Comissão Europeia se encerra em 31 de outubro. Ele pode começar a constituir sua equipe de trabalho agora, mas somente após o plebiscito irlandês sobre o Tratado de Lisboa, em 2 de outubro, ele saberá quantos comissários poderá nomear.

Caso o Tratado de Lisboa entre em vigor, cada país-membro continua com um posto de comissário. Mas se os irlandeses voltarem a rejeitar o documento, continuará a vigorar o Tratado de Nice, que prevê uma Comissão menor.

Enquanto muitos países já definiram seus candidatos à Comissão, a Alemanha ainda não tem sucessor para o social-democrata Günter Verheugen.

RW/dpa/reuters/ap

Revisão: Simone Lopes