Barcelona aposta em Messi para vingar goleada de Munique
1 de maio de 2013Em Barcelona, o clima ferve. Primeiro, os espanhóis sofreram uma goleada de 4 a 0 para os bávaros, depois veio a alfinetada do ex-craque e presidente honorário do Bayern, Franz Beckenbauer. Os catalães estão com o orgulho ferido e ofendidos. E sobre os ombros de ninguém menos que Lionel Messi, quatro vezes eleito o melhor do mundo pela Fifa, está o peso de dar a resposta em campo para os alemães. É sob o comando do atacante de 25 anos que o Barça entra em campo nesta quarta-feira (01/05) para o jogo de volta da semifinal da Liga dos Campeões, contra o Bayern de Munique. E a torcida local vai ao estádio sedenta por "la remontada", a grande virada.
Claro que a expressão não falta nos textos mais recentes do jornal El Mundo Deportivo, ligado ao Barcelona. O periódico noticia os planos do treinador Tito Vilanova para o jogo no Camp Nou. O técnico do Barça deseja "um 2 a 0 ainda antes do intervalo", acrescentando que, então, o milagre será possível. Uma desvantagem de quatro gols nunca foi superada por uma equipe na história da Liga dos Campeões. Mas quem, senão o Barcelona, com seu "herói sagrado" Messi, é capaz de quebrar essa escrita? O próprio argentino promete. "Nós somos capazes".
O diário esportivo madrilenho Marca escreveu na terça-feira que as esperanças para uma "remontada" descansam "nas chuteiras de Messi". O Sport, de Barcelona, atestou: "a única esperança é Messi, não tem nenhum outro". O pequeno argentino marcou e deu assistência nos dois gols no empate de 2 a 2 no sábado passado contra o Athletic Bilbao, pelo Campeonato Espanhol. Parece que ele achou sua forma a tempo. E, com ela, volta a esperança.
Da apatia à determinação
O abatimento que tomou conta da equipe após a desastrosa apresentação em Munique já deu lugar à determinação. "Nada é impossível", insistiu o presidente do clube catalão, Sandro Rosell. O lateral brasileiro Daniel Alves acrescentou por Twitter: "Impossível é uma palavra usada pelos fracos".
Fraco foi o desempenho de Messi em Munique. Mas em Bilbao, ele "jogou bem diferente e fez um grande gol. Esse era o velho Messi", reconheceu o técnico do Bayern, Jupp Heynckes, à revista esportiva alemã Kicker. "Messi voltou como o conhecemos! Ele é o melhor do mundo", comemorou o assistente de Vilanova, Jordi Roura. E a mídia espanhola explodiu em euforia quando o atleta foi visto na segunda-feira treinando no campo do Ciutat Esportiva. "Messi! Treina!" Só isso já era motivo para dar aos repórteres e a toda a Catalunha a certeza de que milagre é possível.
Crise diplomática
A última faísca para uma explosão de raiva entre os torcedores do Barça veio de Franz Beckenbauer. O ex-craque e dirigente do clube bávaro disse ao tabloide alemão Bild que o Barcelona iria usar de "todos os truques, legais e ilegais" para provocar os alemães, o que detonou uma crise diplomática.
O diário El Mundo Deportivo classificou a afirmação como fruto de uma "arrogância merkelânica", em referência à chanceler federal alemã, além de ter escrito que o Bayern fez três "gols ilegais" na partida de ida. Enquanto o Sport reclamou do "jogo sujo" dos alemães, afirmando que Beckenbauer copia o estilo José Mourinho e que as palavras dele comprovam que o Bayern "está com medo de Camp Nou".
O ex-craque pediu depois perdão. "Eu me desculpo se minhas afirmações foram mal interpretadas", dizia um comunicado divulgado por Backenbauer. "Tenho convicção de que no jogo de quarta-feira prevalecerá o fair play", acrescentou.
"Fiéis ao estilo"
Já o técnico do Bayern prometeu um time "corajoso" em campo. "Permaneceremos fiéis ao nosso estilo", afirmou Jupp Heynckes em entrevista coletiva na terça-feira em Barcelona. "Temos uma defesa muito boa, mas podemos também jogar muito bem na frente". "Com os 4 a 0, abrimos a porta para a final, mas ainda não entramos nela", filosofou o meia Bastian Schweinsteiger, ponderando, entretanto, que em Camp Nou, casa do Barcelona, a tarefa sempre é muito difícil. "Poucos times conseguiram se impor aqui".
"Especialmente no início do jogo, o Barcelona deverá dar tudo para tornar possível o impossível", advertiu Karl-Heinz Rummenigge, diretor-executivo do Bayern. A derrota humilhante em Camp Nou quatro anos atrás ainda está na memória de muitos torcedores bávaros. Mas do time atual, apenas Schweinsteiger e Franck Ribéry estavam em campo na ocasião.