Bannon ataca Trump em livro
4 de janeiro de 2018O ex-estrategista-chefe da Casa Branca Steve Bannon atacou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em declarações que estão no livro Fire and Fury: Inside the Trump White House (Fogo e Fúria: Dentro da Casa Branca de Trump, tradução livre), que será lançado na próxima semana. Trechos da obra foram divulgados nesta quarta-feira (03/01) pela imprensa.
Numa das declarações, Bannon classificou o encontro entre o filho de Trump e um grupo de russos durante a campanha eleitoral de 2016 como "traição" e "falta de patriotismo", segundo trechos divulgados pelo jornal britânico The Guardian.
O encontro entre Donald Trump Jr. e a advogada russa Natalia Veselnitskaya ocorreu em junho de 2016 e visava a obtenção de informações que poderiam incriminar Hillary Clinton. O genro do presidente, Jared Kushner, e seu então gerente de campanha, Paul Manafort, também estavam na reunião, que é um dos alvos de uma investigação sobre a interferência russa nas eleições dos EUA e eventuais ligações entre Moscou e a campanha republicana para favorecer a vitória de Trump.
Em outro momento do livro, o ex-estrategista disse que o candidato republicano nunca esperou ganhar as eleições presidenciais de 2016, em que concorreu com a democrata Hillary Clinton, segundo a revista americana New York.
Bannon acrescentou que Trump acreditava que sua nomeação presidencial iria impulsionar a sua marca e, assim, ele poderia desfrutar de "incontáveis oportunidades", segundo o livro de Michael Wolff. Para escrever a obra sobre os bastidores da Casa Branca, o autor realizou mais de 200 entrevistas, entre elas com o presidente americano e pessoas ligadas ao republicano no governo.
Trump critica Bannon
Após a publicação de trechos do livro pela imprensa, Trump afirmou que Bannon perdeu o juízo e que não tem mais nenhuma ligação com o governo americano. "Steve Bannon não tem nada a ver comigo ou com a minha presidência. Quando ele foi demitido, ele não só perdeu o emprego, ele perdeu a cabeça", afirmou o presidente, em comunicado.
Trump acusou ainda o ex-estrategista de ter passado o tempo na Casa Branca vazando informações falsas para imprensa na tentativa de parecer mais importante do que era.
"Agora que ele está por conta própria, Steve está aprendendo que vencer não é tão fácil quanto eu faço parecer. Steve tem muito pouco a ver com nossa vitória histórica, que foi entregue pelos homens e mulheres esquecidas deste país", ressaltou Trump.
Bannon, que foi um dos principais conselheiros de Trump, deixou a Casa Branca no início de agosto em meio a um escândalo causado pelo o silêncio do presidente americano, seguido por uma declaração vaga, depois da violência cometida por supremacistas brancos em Charlottesville. Acusações de vazar informações para a imprensa e divergências com Kushner, também pensaram para o afastamento do ex-estrategista.
Bannon, um provocador de 63 anos que se define como "um nacionalista econômico", alcançou relevância dentro da Casa Branca no início do mandato de Trump, havendo mesmo quem dissesse que era ele quem realmente mandava na presidência. Ele trabalhou na campanha de Trump, tendo ajudado a definir o mote "Os Estados Unidos em primeiro lugar".
CN/lusa/afp/ap/ots
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