BC reduz taxa Selic de 2,25% para 2%
6 de agosto de 2020O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) reduziu a taxa básica de juros da economia brasileira de 2,25% para 2%, confirmando as expectativas do mercado financeiro.
Com o ajuste, o Banco Central (BC) iguala o menor patamar desde o início da série histórica, em 1999, ano em que foi adotado o regime de metas de inflação. Este foi o nono corte seguido da taxa básica de juros, aprovado por unanimidade, desde dezembro de 2017.
O Copom avalia que a situação da economia do país ainda exige um estímulo "extraordinariamente elevado" e afirmou em nota que, "devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno".
O comitê ressaltou ainda que "perseverar no processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para permitir a recuperação sustentável da economia". Segundo o BC, possíveis ajustes no estímulo monetário no futuro vão depender da percepção em torno da trajetória fiscal.
"Apesar de uma assimetria em seu balanço dos riscos, o Copom não antevê reduções no grau de estímulo monetário, a menos que expectativas de inflação, assim como projeções de inflação de seu cenário básico, estejam suficientemente próximas da meta", afirma a nota do comitê. A meta central é de 4% para 2020 e de 3,75% para o ano que vem.
O BC alertou ainda que "questionamentos sobre a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia".
A nova redução da Selic visa estimular a atividade econômica no país enquanto o mundo lida com os efeitos da pandemia de covid-19, que gerou uma forte retração no Produto Interno Bruto (PIB) mundial. No caso do Brasil, o PIB deve cair este ano em 4,7%, segundo a previsão do governo.
A Selic serve como referência para outras taxas de juros e para remunerar investimentos corrigidos pelo índice. A taxa estipulada pelo Copom não representa os juros cobrados dos consumidores, que podem ser bem mais altos.
RC/ots
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