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Ação militar liberta reféns no Saara

(am)14 de maio de 2003

O drama do seqüestro no deserto de Saara terminou para 17 dos 32 turistas europeus desaparecidos na Argélia. Uma ação militar libertou seis alemães, dez austríacos e um sueco das mãos de terroristas islâmicos.

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Três dos seis alemães libertados chegaram em ColôniaFoto: AP

A ação militar foi levada a cabo na noite de segunda para terça-feira, um dia após a visita do ministro alemão das Relações Exteriores, Joschka Fischer, a Argel. Fischer manteve conversações sobre o assunto com o presidente argelino, Abdelaziz Bouteflika. Os reféns alemães foram repatriados ainda no transcurso desta quarta-feira (14/5), a bordo de uma aeronave da Força Aérea alemã.

Em Berlim, o porta-voz do governo Thomas Steg manifestou preocupação quanto ao destino dos 15 turistas ainda desaparecidos, cuja situação foi classificada como "precária". Todos os esforços oficiais concentram-se agora em garantir a sua sobrevivência e segurança.

Pela rota das tumbas

Segundo um comunicado do estado-maior do Exército argelino, a ação de libertação dos reféns foi levada a cabo nas proximidades de Amguid, a oeste da cidade de Illizi. Os turistas encontravam-se nas mãos do grupo terrorista islâmico GSPC. Anteriormente, o governo alemão havia mantido tais informações em sigilo, por temer pela segurança dos demais seqüestrados.

Antes de serem levados às suas respectivas embaixadas, os reféns libertados passaram por um completo exame de saúde no hospital militar central da Argélia. O vice-ministro alemão das Relações Exteriores, Jürgen Chrobog, viajou à capital argelina, acompanhado por uma equipe de médicos e psicólogos, para buscar os ex-reféns de volta à Alemanha.

A maior parte dos turistas desaparecidos viajava pela chamada "rota das tumbas", região do deserto de Saara, no sul da Argélia. Os primeiros três grupos, com um total de 18 turistas, desapareceram em 22 de fevereiro passado. Outros grupos foram seqüestrados em 8 e em 17 de março.

Alto risco para reféns restantes

In Algerien Vermisste
Cartaz com as fotografias de 31 turistas europeus desaparecidos no deserto argelinoFoto: AP

Segundo Rolf Tophoven, um especialista alemão em questões de terrorismo, a libertação dos 17 turistas com uma ação militar aumenta consideravelmente o risco de vida para os reféns restantes. Os seqüestradores são terroristas muçulmanos do grupo GSPC, que dispõe de contatos esporádicos com a organização Al Qaeda, afirma Tophoven. Eles contam agora com uma nova ação dos militares argelinos, o que significa um "alto risco" para os 15 europeus ainda mantidos em cativeiro.

Segundo o perito alemão, o governo argelino e suas tropas especializadas lutam há dez anos, "com extrema dureza", contra o terrorismo islâmico no país. Por esta razão, muitos detalhes – tanto dos seqüestros, como da ação de libertação – continuam sendo mantidos em completo sigilo. Não se conhece sequer os motivos ou as exigências dos seqüestradores.

Para Tophoven, se a missão de Joschka Fischer em Argel, no último fim de semana, foi a tentar dissuadir o governo argelino do emprego de violência, a fim de não arriscar a segurança dos reféns, então o ministro alemão fracassou em seu intento. Mas também é possível, afirmou, que tenham fracassado todas as tentativas de negociação e Fischer não tenha tido outra alternativa que concordar com a ação.