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Ataque rebelde mata soldados da ONU no Congo

8 de dezembro de 2017

Pelo menos 14 "capacetes azuis" foram mortos e mais de 50 ficaram feridos em atentado contra uma base da missão de paz das Nações Unidas no país africano. Guterres diz que foi o pior ataque recente a soldados da ONU.

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Soldados da ONU no Congo: missão de paz Monusco atua no país africano desde 1999
Soldados da ONU no Congo: missão de paz Monusco atua no país africano desde 1999Foto: picture-alliance/AP Photo/J. Delay

Ao menos 14 soldados das Nações Unidas foram mortos e outros 53 ficaram feridos num ataque perpetrado por um grupo rebelde na República Democrática do Congo, segundo informou a organização nesta sexta-feira (08/12). Cinco soldados congoleses também morreram no atentado.

"Foi um ataque muito grande, certamente o pior da história recente", afirmou Farhan Haq, porta-voz da ONU. Segundo ele, o incidente ocorreu na noite de quinta-feira contra uma base da missão de paz da ONU no país, a Monusco, a cerca de 45 quilômetros da cidade de Beni.

Agências de notícias internacionais informaram que a região vem sendo frequentemente atacada por militantes das Forças Democráticas Aliadas (FDA), grupo rebelde considerado uma organização terrorista pelo governo de Uganda, país onde ele está instalado. A ONU acredita ser essa a milícia responsável pelo ataque.

Os "capacetes azuis" mortos nesta quinta-feira faziam parte do contingente da Tanzânia, segundo o porta-voz Haq. Mais de 20 soldados foram levados para a capital regional, Goma, para receber tratamento médico. Outros três estariam desaparecidos, informou a ONU.

"Esses ataques deliberados contra as missões de paz da ONU são inaceitáveis e constituem um crime de guerra", declarou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres. "Condeno este atentado de forma inequívoca", acrescentou, confirmando que se tratou do pior ataque contra missões de paz da ONU na história recente.

Guterres ainda clamou para que as autoridades do Congo investiguem o incidente e levem os responsáveis rapidamente à Justiça. "Não deve haver impunidade para tais ataques, nem aqui nem em qualquer lugar", destacou o secretário-geral.

As condições na região são "muito desafiadoras", afirmou, por sua vez, o subsecretário-geral para missões de paz da ONU, Jean-Pierre Lacroix, confirmando que o ataque vem na esteira de um recente aumento das atividades de vários grupos armados na região.

Para Lacroix, que se disse "indignado" com o atentado, a escalada de violência é uma resposta à "postura cada vez mais robusta" da missão das Nações Unidas. "Nós estamos perturbando [os rebeldes]. Eles não gostam disso."

A Monusco é a maior e a mais cara missão de paz no mundo, com um orçamento de 1,14 bilhão de dólares e mais de 16 mil soldados, vindos de 49 países. O Brasil é um dos Estados que colaboram com a operação, com forças militares e policiais.

O objetivo da missão é controlar as ações de vários grupos armados em conflito numa das nações africanas mais ricas em recursos minerais – e na qual, de maneira contraditória, mais de 80% da população vive abaixo da linha da extrema pobreza.

Segundo dados das Nações Unidas, cerca de 300 "capacetes azuis" da Monusco já foram mortos desde que a missão de paz chegou ao Congo, em 1999, em razão da guerra civil desencadeada na sequência do fim da era colonial.

EK/ap/efe/rtr/afp/lusa/ots

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