Na Alemanha, ainda não existe teleférico como transporte público. “Geralmente, associamos o teleférico ao turismo e não ao transporte público. Temos que mudar isso. As cidades precisam ousar”, comenta Harry Wagner, especialista em mobilidade.
Em Munique, uma zona industrial está sendo transformada e a ideia é não utilizar transporte individual motorizado. “Nós projetamos bairros e tínhamos a ideia de aplicar o conceito de mobilidade ao desenvolvimento do distrito. Analisamos muitos tipos de transporte, e nos perguntamos qual seria uma opção mais sustentável e rápida de implementar. Em um workshop num final de semana, chegamos rapidamente à conclusão de que tínhamos que fazer um teleférico”, conta Christian Vogrincic, investidor e desenvolvedor de projetos.
Um quilômetro de linha metroviária custa cerca de 200 milhões de euros e leva muitos anos para ser construída. Já 1 quilômetro de teleférico custa 5 milhões, a construção é rápida, e não ocupa muito espaço. A cidade de Munique e o Estado da Baviera estudam a possibilidade de sanar lacunas no tráfego urbano com um teleférico.
Mas será que a situação na Europa já é tão urgente para discutir esse tema? “As pessoas ficam receosas ao ouvirem falar em teleférico. Será que vai sobrevoar o meu jardim, vai me incomodar enquanto estou tomando sol? É preciso ter muito cuidado. E tem a questão da urgência também – que é muito maior em cidades sul-americanas do que na Alemanha. Aqui temos engarrafamentos, claro, que estão cada vez piores. Mas em escala internacional, ainda não se compara ao problema do engarrafamento em São Paulo, por exemplo”, explica Harry Wagner.