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Arábia Saudita executa 47 por terrorismo

2 de janeiro de 2016

Entre os executados está um proeminente clérigo, o que gera mal-estar entre a comunidade xiita saudita e críticas do Irã. Execuções foram destinadas principalmente a desencorajar população a aderir ao jihadismo.

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Cartaz de protestos contra a execução do clérigo xiita Nimr Baqir al-NimrFoto: picture-alliance/AP Photo

A Arábia Saudita executou neste sábado (02/01) 47 pessoas por ligação com terrorismo, entre elas o proeminente clérigo xiita Nimr Baqir al-Nimr. As penas foram destinadas principalmente a desencorajar os sauditas de aderir ao jihadismo.

A maioria era de nacionalidade saudita, com exceção de um egípcio e um chadiano. As acusações incluem a adoção e promoção da ideologia takfiri (extremismo sunita), assassinato, sequestro, fabricação de explosivos e posse de armas.

As execuções aconteceram em 12 cidades diferentes. Em quatro prisões, elas foram realizadas por pelotão de fuzilamento; nas outras, por decapitação.

Dos 47 executados, a maior parte foi condenada por ataques da Al Qaeda na Arábia Saudita há uma década. Quatro, incluindo o clérigo Nimr, foram acusados de atirar em policiais durante protestos contra o governo.

Nimr foi detido em julho de 2012 por apoiar os distúrbios contra as autoridades sauditas. Eles eclodiram em fevereiro de 2011, na esteira da Primavera Árabe, na província de Al Qatif, no leste do país, de maioria xiita. Aproximadamente 90% da população saudita são sunitas.

A condenação gerou um forte mal-estar entre a comunidade xiita saudita e foi criticada por importantes aiatolás do Irã, a potência xiita rival da Arábia Saudita.

"O governo saudita apoia por um lado os movimentos terroristas e extremistas e, ao mesmo tempo, usa a linguagem da repressão e da pena de morte contra seus rivais internos", afirmou um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã.

O grupo xiita libanês Hisbolá condenou a execução. A "verdadeira razão" foi "que o xeque Nimr exigiu os direitos dissipados de um povo oprimido", disse a organização em um comunicado, se referindo à minoria xiita da Arábia Saudita.

Alguns dos ataques atribuídos aos demais condenados aconteceram em complexos residenciais de Riad em 2004 e sedes de empresas petrolíferas na província de Al Jabar, em 2005. Também houve condenações por envolvimento nos atentados contra o Ministério do Interior em 2005 e no ataque contra o consulado americano em Jidá no mesmo ano, que matou quatro pessoas.

Grupos extremistas começaram uma campanha de desestabilização do regime saudita em maio de 2003, realizando vários atentados contra ocidentais que trabalham no país e contra as instalações petrolíferas.

RPR/rtr/afp/efe