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Arte paranaense na Noite Longa dos Museus de Berlim

Carlos Ladeira3 de fevereiro de 2002

"Sagas" é o título de uma exposição de arte inaugurada no Instituto Cultural Brasileiro na Alemanha (ICBRA) a tempo de ser visitada na Noite Longa dos Museus de Berlim, de 2 para 3 de fevereiro.

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A exposição apresenta trabalhos de quatro artistas radicados no estado do Paraná, que têm como único ponto de identidade e ligação a capital Curitiba, onde vivem e atuam. No mais, cada um, desde o nascimento, vem trilhando sua própria estrada artístico-existencial em diferentes direções do planeta. Todos eles, por conta de suas origens e estilos variados, buscam expressar a ramificação étnica e gerar a compreensão da amplitude artística de onde vivem.

Alice Yamamura é de origem japonensa e nasceu em Paranavaí, norte do estado paranaense; José Antônio nasceu em Sacramento, em Minas Gerais; Tania Bloomfield é natural de Brasília e de origem saxônica; Maria Cheung, de origem chinesa, vem de Hong Kong.

O que os trabalhos destes artistas tem em comum é a maneira como eles se defrontam com a "saga" de suas respectivas famílias, inter-relacionando-a com as experiências e busca de identificação num país, o Brasil, e região, o estado do Paraná.

Para o diretor do Museu de Arte Contemporânea do Paraná, João Henrique do Amaral, "são quatro artistas que representam um retrato digno da cena cultural do estado, pois têm experiências diferentes e, no entanto, mostram involuntariamente, como que num uníssono, esforços parecidos em suas obras".

"São quatro trajetórias, quatro sagas", afirma Maria Helena Paranhos, curadora para eventos artísticos do ICBRA e responsável pela realização da mostra.

Na exposição, dá-se o "encontro" dos quatro artistas, expresso através de trabalhos em cerâmica, objetos, instalações e pinturas. Trata-se de um diálogo intermitente, que, devido a sua intensidade simbólica, sempre sugere novos segmentos dialogáveis.

De forma figurada, as biografias dos quatro " peregrinos" das Sagas são também as biografias dos povos que se radicaram no estado do Paraná. O projeto é hoje considerado por críticos de arte brasileiros como um cartão de visita altamente representativo da arte contemporânea paranaense.

A exposição Sagas é a quarta e última etapa da série Arte do Paraná, uma mostra inédita, concretizada em capítulos na capital da Alemanha desde agosto de 2001. Idealizada com a intenção de expor a arte diferenciada e ampla produzida naquele estado sulista, a série trouxe à capital alemã, em sua primeira fase, a arte de Guita Soifer; dois meses mais tarde, os trabalhos de Estela Sandrini e as gravuras duais de Juliana Fuganti. E, em dezembro, foram mostradas na galeria do ICBRA as obras de Yara de Oliveira e Martha Reichmann.

A exposição Sagas foi inaugurada a tempo para ser incluída no roteiro da Noite Longa dos Museus, realizada de 2 para 3 de fevereiro. Mais de 80 museus, galerias publicas e privadas de renome ficaram abertas madrugada adentro, atraindo cerca de 220 mil visitantes.

O ICBRA, única instituição cultural latino-americana a participar, marcou presença pela quarta vez neste evento que se realizou pela 11ª vez na capital alemã.