Após Wisconsin, recontagem é solicitada na Pensilvânia
29 de novembro de 2016Após pedir auditoria no estado de Wisconsin na semana passada, a ex-candidata à Casa Branca Jill Stein, do Partido Verde, anunciou nesta segunda-feira (28/11) que foi feita a solicitação de recontagem de votos também na Pensilvânia, outro estado-pêndulo da eleição de 8 de novembro.
O processo na Pensilvânia difere de Wisconsin porque não é possível contestar o resultado da eleição a nível estadual, como foi feito por Stein na semana passada. Nesse outro estado, três eleitores, no mínimo, precisam entrar voluntariamente com um pedido de recontagem em seu distrito eleitoral.
Em nota, a legenda disse que, até o momento, a auditoria foi solicitada em mais de cem distritos dos mais de 9 mil existentes na Pensilvânia, mas espera que outros se pronunciem nos próximos dias.
O republicano Donald Trump venceu a democrata Hillary Clinton com uma vantagem de 71 mil votos neste estado. Portanto, a menos que seja descoberta uma invasão em grande escala feita por hackers no sistema eleitoral da Pensilvânia, o resultado dificilmente será alterado.
Na semana passada, Stein lançou uma campanha de arrecadação na internet para cobrir os custos da recontagem de votos em três estados, que, além de Wisconsin e Pensilvânia, inclui ainda o Michigan. Nesse último caso, o prazo para o pedido de contestação termina na próxima quarta-feira.
Nesta segunda-feira, o Partido Verde conseguiu superar 6,35 milhões de dólares em arrecadação. A meta da legenda é levantar um total de 7 bilhões de dólares, que inclui os custos com advogados.
Trump venceu a democrata nos três estados, sendo que, no Michigan, a vantagem foi de apenas 10 mil votos. O resultado contradiz as pesquisas de intenção nessas regiões, que sinalizavam uma vitória de Hillary. Além disso, nas eleições anteriores, os três estados foram conquistados por democratas.
A página da campanha na internet afirma que, nessas três localidades, "dados sugerem uma necessidade significativa de se verificar o total de votos contabilizados eletronicamente". O Partido Verde lembra ainda que as urnas eletrônicas utilizadas neste ano em Wisconsin foram proibidas na Califórnia após ter ficado provado que elas eram altamente vulneráveis à invasão de hackers.
Em nota no site, Stein destacou que "essas preocupações precisam ser investigadas antes que a eleição presidencial de 2016 seja validada". "Nós merecemos eleições em que podemos confiar", disse ela.
A ex-candidata deixou claro que seus esforços para contestar os resultados nesses três estados-pêndulos têm como objetivo assegurar a integridade do sistema eleitoral americano, e não desautorizar a vitória de Trump ou favorecer a segunda colocada Hillary.
Em reação à campanha do Partido Verde, Trump afirmou neste domingo que "milhões de pessoas votaram ilegalmente" na eleição de 8 de novembro, mas que essa fraude teria sido uma tentativa de prejudicá-lo. Segundo ele, se não fosse por isso, sua vitória teria sido com vantagem ainda maior.
Nesta segunda-feira, a Casa Branca rechaçou as declarações do presidente eleito. "Não há qualquer prova que sustente tais afirmações", disse Josh Earnest, porta-voz da presidência americana.
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