Apicultura na beira do trilho de trem
30 de julho de 2018Com grandes aéreas verdes, Berlim é uma cidade bastante atraente para a vida selvagem, inclusive insetos, que vêm enfrentando um extermínio em massa nos últimos anos, devido a agricultura ostensiva, perda de habitat e mudanças climáticas. A estatal Deutsche Bahn (DB) vem ajudando a atrair um importante inseto para a cidade.
Há quase dois anos, a companhia, que opera o serviço ferroviário na Alemanha, lançou um projeto para a criação de abelhas em seus terrenos, localizados ao longo dos trilhos de trens. O espaço é disponibilizado gratuitamente a apicultores.
Berlim foi uma das cidades pioneiras do projeto. Em maio de 2017, o primeiro apicultor berlinense começou sua criação de abelhas no bairro Schöneberg, próximo aos trilhos da linha de trem urbano S1.
O projeto visa principalmente à proteção da natureza, afirma a DB, apontando que desde 1985 a população de abelhas no país diminui 25%. Desde o lançamento da iniciativa, que abrange toda a Alemanha, mais de mil apicultores de todo o país se inscreveram no projeto. Muitos dos interessados queriam espaços em cidades como Berlim, Hannover e Leipzig.
Ao todo, a DB já disponibilizou 700 áreas para a criação de abelhas, importantes para a polinização. Em Berlim, são 14 espalhadas pela cidade. O mel produzido na beira dos trilhos do trem é destinado ao consumo próprio ou à venda em pequena escala.
Qualquer apicultor pode se inscrever no projeto. Para a seleção são levados em conta critérios como proximidade do domicílio com a região destinada à criação de abelhas e grau de conhecimento sobre apicultura.
Clarissa Neher é jornalista freelancer na DW Brasil e mora desde 2008 na capital alemã. Na coluna Checkpoint Berlim, publicada às segundas-feiras, escreve sobre a cidade que já não é mais tão pobre, mas continua sexy.
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