Angola revela limitações do México e arranca empate
17 de junho de 2006O México (4º colocado no ranking da Fifa), que havia derrotado o Irã por 3 a 1 na estréia no grupo D, adiou para o confronto direto com Portugal, na próxima quarta-feira em Gelsenkirchen, a decisão sobre sua classificação para as oitavas-de-final da Copa. No jogo desta sexta-feira (16/06) contra Angola, os astecas não passaram de um empate sem gols.
É preciso ser muito fanático por futebol para pagar 800 euros por um ingresso para ver o México jogar. Esse foi preço que alguns torcedores mexicanos revelaram ter pago no mercado negro para ver a seleção de seu país em campo em Hannover. E o que eles viram foi de doer, não só no bolso.
No início do primeiro tempo, o México até que ameaçou jogar melhor do que na primeira etapa contra o Irã. A primeira grande chance partiu de uma situação de bola parada. Aos 13 minutos, Marquez cobrou falta, a bola passou pelo meio da barreira e bateu no poste esquerdo do gol de João Ricardo, mas foi para a linha de fundo.
Na seqüência, os angolanos mostraram um melhor posicionamento em campo do que na derrota de 1 a 0 para Portugal e conseguiram equilibrar a partida, interrompida com freqüência por faltas de ambas as equipes. Aos 44 minutos, Franco ainda teve a chance de abrir o placar para os mexicanos, mas se atrapalhou dentro da área angolana.
Na segunda etapa, o técnico Ricardo La Volpe trouxe Arellano para o lugar de Zinha (que não conseguiu substituir à altura o lesionado atacante Borgetti), e Fonseca no lugar de Franco, o que resultou em mais movimentação no jogo dos mexicanos. A equipe latino-amerinacana avançava bem até a área angolana, mas aí errava nas conclusões.
Em algumas ocasiões, o goleiro de Angola, João Ricardo, fez boas defesas, como reconheceu o capitão mexicano Marquez depois do jogo. Mas em alguns lances também cometeu falhas graves, que o ataque asteca não soube aproveitar.
Nos últimos dez minutos, o México aumentou a pressão, tentando aproveitar a superioridade numérica em campo, depois da expulsão de André na equipe angolana. Mas faltou determinação ao time de La Volpe para confirmar seu favoritismo, ganhar os três pontos e colocar um pé nas oitavas-de-final.
Apesar de ter tido mais domínio de bola e ter criado mais chances de gol, o México decepcionou seus 25 mil torcedores – portanto, mais da metade do público de 43 mil pessoas no estádio da Copa em Hannover.
No final, quem fez a festa foram os 3.500 fãs de Angola no estádio e os 11 milhões de habitantes do país africano, que manteve com bravura suas chances de passar às oitavas-de-final da Copa do Mundo. "Não conseguimos vencer, mas merecemos o empate", resumiu o técnico Luis Oliveira.
MÉXICO 0 x 0 ANGOLA
México
Sánchez; Torrado, Salcido, Marquez, Osorio e Méndez; Pardo, Pineda (Morales) e Zinha (Arellano); Franco (Fonseca) e Bravo
Técnico: Ricardo La Volpe
Angola
João Ricardo; Delgado, Jamba, Kali e Locô, André, Zé Kalanga (Miloy), Mendonça e Figueiredo (Rui Marques); Mateus (Montorras) e Akwa
Técnico: Luis Oliveira
Data: 16/6/2006 (Sexta-feira)
Local: Estádio da Copa em Hanover
Horário: 21h (16h de Brasília)
Árbitro: Shamsul Maidin (Cingapura)
Assistentes: P. Permanich (Tailância) e E. Ghulom (Emirados Árabes Unidos)
Cartões amarelos:
Gols: Pineda (M), Zé Kalanga (A), João Ricardo (A), Delgado (M)
Expulsão: André (da equipe de Angola) levou o segundo cartão amarelo, seguido de vermelho, ao interromper um lance com a mão.