Ampliação da UE: lucros superam custos
12 de maio de 2003A opinião das médias empresas alemãs, expressa por suas diversas associações, é unânime: para elas, a ampliação da UE é uma questão de sobrevivência. Ela traz numerosas e urgentemente necessárias chances de mercado e de crescimento. Pois muitos dos países calouros prometem taxas de crescimento acima da média européia. Portanto, a região oferece mercados de vendas e de trabalho altamente dinâmicos, em comparação aos atuais membros da comunidade. Além disso, a perspectiva das novas filiações em 1º de maio de 2004 está estimulando os investimentos da Alemanha no Leste e Sudeste Europeu.
Com um volume de negócios na ordem de 110 bilhões de euros e mais de 25 bilhões de euros de investimentos em 2002, a Alemanha lidera as parcerias, além de ser uma investidora com excelente posição estratégica. Suas exportações para o Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Malta, Polônia e República Tcheca aumentaram 6% no ano passado, passando da marca dos 53 bilhões de euros, enquanto as importações chegaram a 52 bilhões de euros (quase 6,5% a mais do que no ano anterior).
Nova imagem –
Segundo Fabian Wehnert, responsável por política européia na Confederação da Indústria Alemã (BDI), entre os principais importadores de produtos alemães está a República Tcheca – que é o mais forte dos novos afiliados, no tocante aos intercâmbios econômicos bilaterais –, seguida da Polônia e da Hungria. Ao lado de matérias-primas, a Alemanha importa por sua vez dos novos membros da UE sobretudo produtos fabricados a preços competitivos, graças a investimentos de firmas alemãs ou européias naqueles países, e que encontram demanda no mercado interno ampliado, afirma Wehnert.Nas últimas décadas, a competitividade das mercadorias vindas do Leste Europeu se atribuía em especial aos salários muito mais baixos da região. Este abismo salarial entre leste e oeste continua existindo, porém a transferência de know-how e tecnologia, ao lado da modernização das fábricas, modificou positivamente a imagem da linha de produção dos antigos países comunistas. Um fruto dessa evolução é o Audi TT: um carro altamente moderno e inovador, fabricado na Hungria
Saldo positivo –
A ampliação da UE já é fato consumado, no que se refere à indústria, conclui Wehnert. E o atual estado de coisas permitiu ao presidente do BDI, Michael Rogowski, afirmar recentemente que as vantagens já superam de longe os custos.O comércio bilateral não deverá se intensificar mais de forma tão tempestuosa como nos últimos anos, pois já se alcançou a fase de normalização. Mas isso não impede que os efeitos positivos ainda se façam sentir. Como exemplo, Fabian Wehnert cita o mercado de trabalho: o funcionário da BDI calcula que, a médio e longo prazo, a ampliação ajudará a assegurar mais de cem mil vagas na Alemanha.