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Alemão que vivia no aeroporto de Cumbica é deportado

27 de março de 2017

Três policiais alemães acompanham Stephan Brode em voo da Lufthansa com destino a Frankfurt. Passagem é paga pelo governo da Alemanha, mas deve ser reembolsada por família de deportado.

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Alemão viveu três meses no aeroporto de Guarulhos
Alemão viveu três meses no aeroporto de GuarulhosFoto: picture-alliance/AE

O alemão Stephan Brode, de 44 anos, que viveu por três meses no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, foi deportado na noite deste domingo (26/03). De acordo com a Polícia Federal (PF), o consulado da Alemanha acompanhou o processo de embarque do turista, que transcorreu sem problemas.

Brode foi conduzido sem algemas por um carro da PF até aeronave. Três policiais alemães, que vieram ao Brasil para trazer um brasileiro que foi deportado da Alemanha, acompanharam o turista durante o voo para garantir a segurança. O grupo embarcou num avião da Lufthansa com destino a Frankfurt.

A passagem do turista deportado foi paga pelo governo alemão, e o valor deverá ser reembolsado pela família de Brode.

O visto do alemão venceu há cerca de duas semanas, mas ele permanência no aeroporto. Segundo um porta-voz da polícia, ele teria problemas psíquicos e há algum tempo não toma medicação.

Brode não pôde deixar o Brasil em dezembro de 2016, depois de perder seu voo de conexão para Nova York, de onde seguiria para Frankfurt. Sem dinheiro para pagar uma multa e remarcar o voo, passou a viver na área acessível ao público, próxima aos guichês de check-in, em parte alimentando-se de restos de comida do lixo.

Além disso, agrediu pessoas que circulavam no aeroporto. O vídeo de uma das câmeras de vigilância o mostra se levantando subitamente, indo em direção a uma transeunte que tecla no telefone e ameaçando agredi-la com ambas as mãos. Outra vez atacou um homem musculoso, de quase dois metros de altura, que acabava de entrar no prédio com uma acompanhante.

O caso lembra o filme de 2004 O terminal, de Steven Spielberg. Nele, Tom Hanks interpreta um passageiro que fica retido no aeroporto de Nova York quando seu país entra em guerra civil, não é mais reconhecido internacionalmente e, da noite para o dia, ele se transforma em apátrida. Na prática, são incomuns os casos de passageiros retidos num país estranho por tanto tempo.

CN/abr/ots