Alemão nomeado comissário de Economia da UE
13 de agosto de 2004O futuro comissário da União Européia para política empresarial e industrial, o alemão Günter Verheugen, pretende se empenhar para fortalecer a competitividade econômica da comunidade. "Todos os nossos projetos serão averiguados segundo critérios de competitividade, crescimento econômico e mercado de trabalho", declarou Verheugen. "Eu gostaria de assegurar que as metas para indústria, proteção ambiental, mercado interno e proteção ao consumidor sejam ajustadas entre si", anunciou ele sua outra meta.
"Tudo passará pela mesa de Verheugen"
O português José Manuel Barroso, que assumirá a presidência da nova Comissão Européia em 1º de novembro, nomeou Verheugen, ex-comissário para ampliação da comunidade, vice-presidente responsável pela política econômica da UE. A meta prioritária da comissão é aquecer a economia européia e dinamizar os trâmites dentro da comunidade, sobretudo após o recente ingresso dos países do Leste Europeu neste ano.
O chanceler federal Gerhard Schröder saudou a nomeação de Verheugen e afirmou que o governo está satisfeito com o fato de um alemão assumir uma posição de tanto destaque dentro da União Européia. "Tudo o que acontecer na Europa em matéria de economia passará pela mesa de Verheugen", ressaltou Schröder. O chanceler federal alemão também considera pertinente a intenção de Barroso de manter a soberania da Comissão nas relações com o conselho de chefes de Estado e de governo da UE.
Otimismo de empresários e sindicalistas
A Confederação da Indústria Alemã (BDI) também se mostrou satisfeita com o perfil da nova Comissão Européia. O diretor administrativo, Ludolf Wartenberg, explicou que os industriais têm grande expectativa em relação ao futuro papel do comissário Günter Verheugen, sobretudo diante do peso político da função.
O presidente da Confederação Sindical Alemã (DGB), Michael Sommer, considera bem-vinda a nomeação de Verheugen para uma posição-chave na UE. Ele declarou que os sindicatos alemães esperam da nova comissão "nítidos impulsos para uma recuperação sustentável do mercado de trabalho na comunidade".
O social-democrata Günter Verheugen garantiu, no entanto, que jamais colocará os interesses alemães à frente dos europeus. "Não sou representante da Alemanha. Em primeiro lugar está a Europa, se bem que o que é bom para a Europa também é para a Alemanha." Verheugen negou que sua função seja a de um "supercomissário", conforme queriam a Alemanha, a França e a Grã-Bretanha para a pasta de Economia.
O que fez Verheugen merecer a nomeação foi certamente sua eficiente atividade como comissário promotor da expansão da UE para o Leste Europeu, uma tafera que exerceu dentro da Comissão desde 1999. O político de 60 anos iniciou sua carreira política entre os liberais (FDP), tendo passado há 22 anos para o Partido Social Democrata (SPD), onde chegou a ser secretário-geral. Durante o governo Schröder, ele foi secretário de Estado no Ministério das Relações Exteriores, assumindo o cargo de maior autoridade depois do ministro Joschka Fischer.