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Alemães comandam tropa de paz em Cabul

(ef)10 de fevereiro de 2003

Após longa resistência, a Alemanha assume por seis meses o comando da Força Internacional de Segurança no Afeganistão (ISAF), com ajuda da Holanda, nesta segunda-feira (10).

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Soldados alemães em CabulFoto: AP

O novo comandante da força que garante a segurança em Cabul é o general alemão Norbert van Heyst. Ele esteve até agora à frente do regimento teuto-holandês em Münster. As ações serão dirigidas a partir da Alemanha pelo general Friedrich Riechmann, chefe do Comando de Operações em Potsdam. Ele é a ligação entre o Ministério da Defesa em Berlim e o comandante da ISAF na capital afegã.

Dos 10 mil soldados alemães em missão no exterior, 1700 soldados encontram-se na capital do Afeganistão. Este contingente pode aumentar para 2500 homens, conforme decidiu o Parlamento em Berlim, em dezembro passado, ainda sob o choque dos atentados de 11 de setembro de 2001.

Como Berlim relutou muito para assumir o comando da ISAF, apesar dos repetidos pedidos do governo afegão, a força de segurança foi comandada em sua fase inicial difícil pelos britânicos e a seguir pelos turcos. Só agora a Alemanha ousa assumir a missão de grande responsabilidade militar e política, substituindo a Turquia. "Por isso agradecemos a disposição da Holanda de arcar com parte da carga pesada, o que na realidade foi uma das condições importantes que impusemos para aceitar o comando", disse o general.

Embrião da missão mista

Sozinha, a Alemanha não aceitaria as tarefas complexas, segundo Riechmann. O regimento teuto-holandês em Münster serviu como embrião para o comando conjunto. Ele não só dirige a tropa de 30 países como também é parceiro de conversações com o governo afegão, fortemente apoiado pela ISAF, a ONU e as organizações internacionais de ajuda. Além disso, mantém contato com o Exército dos Estados Unidos, que não participa da tropa multilateral de paz em Cabul, mas ainda combate no Afeganistão contra remanescentes do antigo regime talibã e supostos membros da organização terrorista Al Qaeda de Osama Bin Laden.

O perigo ainda é grande

Cabe também à tropa alemã a responsabilidade pela segurança do aeroporto internacional de Cabul. São necessários aproximadamente 80 vôos de grandes aviões de carga para transportar material de apoio logístico à capital afegã, a cinco mil quilômetros da Alemanha. O perigo de atentados com mísseis está sempre presente e a iminência de uma guerra no Iraque é motivo de insegurança dobrada.

"A situação é insegura, mas estamos vigilantes, bem reparados e armados", disse o general. A despeito de todas as medidas de segurança, nove soldados alemães morreram em acidentes no primeiro ano de ação da ISAF. Mas o comandante Riechmann diz não ter dúvida que ela tem sentido, "porque aconteceu muita coisa boa e a situação de desenvolveu de tal forma que não dá mais para deixar o caminho traçado". Apesar dos avanços, ele descarta como "impossível" uma ampliação da ação de paz para todo o Afeganistão.

O comandante Riechmann não saberia dizer quanto tempo a tropa internacional de proteção precisa permanecer em Cabul. Como nenhum país mostrou interesse em seu comando até agora, o general e o ministro alemão da Defesa, Peter Struck, esperam que a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) assuma a tarefa depois de transcorrido os seis meses dos alemães.