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Alemanha proíbe organização radical islâmica

Estelina Farias12 de dezembro de 2001

Em ações simultâneas em sete estados alemães, governo e Justiça desmantelaram a maior organização radical islâmica existente no país – Estado Califa. A medida faz parte da luta antiterror.

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Polícia evacua sede da organização Estado Califa, em ColôniaFoto: AP

Mais de 1.150 policiais participaram das ações simultâneas em sete estados da Alemanha, na manhã desta quarta-feira, que desmantelaram as estruturas da organização radical islâmica Estado Califa, sua fundação "Servos do Islã" e 19 sub-organizações.

A proibição do grupo extremista com cerca de 1.100 membros em todo o país faz parte da luta contra o terrorismo internacional. A medida tornou-se possível com a eliminação do privilégio de religião no direito de associação, no contexto do pacote de medidas antiterror recém-aprovado pelo Parlamento em Berlim. A ação policial compreendeu buscas em 212 instalações e o fechamento de quatro mesquitas.

Num ato contínuo à proibição da organização vista como uma ameaça à segurança da Alemanha, o ministro do Interior, Otto Schily, anunciou que o seu líder Metin Kaplan pode ser repatriado, imediatamente, para a Turquia. Mas para isso o governo alemão quer obter de Ancara uma promessa de que o chamado "Califa de Colônia" não será executado, nem torturado. Kaplan e a " Estado Califa " , que herdara do seu pai falecido em 1995, pregam a destituição do Estado laico turco e a criação de uma teocracia na Turquia, semelhante ao regime do Irã. Por isso, é tido como certo que ele será condenado a morte se retornar para a Turquia.

Pena confirmada

- Horas após o golpe de misericórdia na organização radical islâmica, o Tribunal Superior de Düsseldorf confirmou a pena de quatro anos de prisão a que Kaplan fora condenado como mandante do assassinato de um rival na luta pelo poder, Halil Ibrahim Sofu. Depois que o "Califa de Colônia" baixou o decreto "fetwa", o seu rival igualmente turco foi assassinado por três desconhecidos, em 1997, diante da filha menor, na sua residência em Berlim.

O Tribunal rejeitou o pedido de revisão do processo apresentado pelos advogados de Kaplan. Este já cumpriu um terço da pena e, teoricamente, poderia ser colocado em liberdade condicional ainda este ano. A Justiça decidiu, todavia, mantê-lo na prisão, atendendo interesses de segurança nacional, quando avaliou, no mês passado, notícias de que o radical islâmico teria se distanciado do terrorismo.

A situação de Kaplan piorou depois de provado que uma delegação sua encontrou-se com Osama Bin Laden, no Paquistão, em 1997. O porta-voz da organização "Estado Califa", agora clandestina, alegou que foi acidental o encontro com o suposto responsável pelos atentados de 11 de setembro, em Nova York e Washington.