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Alemanha marca data para abandonar energia de carvão mineral

26 de janeiro de 2019

Segunda grande transição energética do país em uma década conta com apoio de quase três quartos da população. Meta é reduzir significativamente emissões de gases estufa, mas há críticas ao volume do investimento estatal.

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Usina elétrica movida a carvão mineral
Alemães ainda dependem do combustível fóssil para 40% de sua eletricidadeFoto: picture-alliance/dpa/P. Pleul

Após uma maratona de negociações de 21 horas que se estendeu até a madrugada deste sábado (26/01), uma comissão indicada por Berlim deliberou que até 2038 a Alemanha deve deixar inteiramente de produzir energia a partir de carvão mineral.

A decisão visa reduzir as emissões nacionais de gases do efeito estufa, prejudiciais ao clima. Atualmente o país deve 40% de sua eletricidade a esse combustível fóssil e não conseguiu cumprir as metas estabelecidas no Acordo do Clima de Paris.

Durante as deliberações da comissão formada por 28 representantes da indústria, sindicatos, instituições científicas e grupos ambientalistas, os dois principais pontos de discórdia eram considerações financeiras e a data exata para o abandono do carvão.

As companhias de energia insistiam em compensações para evitar um aumento do preço da eletricidade, enquanto as regiões mineiras alemãs exigiam comprometimentos que lhes permitam contornar a consequente reviravolta estrutural. O plano inclui garantias para essas instâncias envolvidas, assim como certo grau de alívio financeiro aos consumidores.

Como membros da "comissão do carvão" informaram à agência de notícias Reuters, durante os próximos quatro anos operadoras de usinas elétricas como a RWE e a Uniper deverão reduzir sua capacidade em cerca de 12 gigawatts, o equivalente a 24 grandes unidades de eletricidade.

Ainda segundo a Reuters, 40 bilhões de euros seriam reservados à fase de transição. Para críticos, contudo, isso significará o governo iria investir somas gigantescas para praticamente comprar todo um setor de energia, com o fim de extingui-lo. O plano ainda necessita da aprovação formal do governo federal e dos diferentes estados alemães responsáveis por sua implementação.

O acordo deste sábado marca a segunda intervenção importante no mercado energético alemão em uma década. A outra foi a de fechar todas as usinas nucleares até 2022, em reação ao desastre de Fukishima, no Japão, em 2011.

Há anos grupos ligados ao Partido Verde vinham exigindo o abandono do carvão mineral. Segundo uma enquete divulgada na sexta-feira pela emissora de direito público ZDF, a iniciativa conta com o apoio de quase três quartos da população alemã.

AV/rtr,dpa

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