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Catástrofe na Ásia

Agências (ca)23 de maio de 2008

Um hospital móvel e material de primeiros socorros são enviados pelos alemães às regiões de catástrofe na Ásia. Abertura de Mianmar para a ajuda estrangeira é vista com cautela por organizações humanitárias.

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Hospital móvel é embarcado para a ChinaFoto: picture-alliance/ dpa

Nesta sexta-feira (23/05), um hospital móvel enviado pela Cruz Vermelha Alemã chegou à China e já está a caminho de Dujiangyan, a cidade mais atingida pelo terremoto no início da semana passada. Uma equipe de onze médicos, enfermeiras, administradores e técnicos hospitalares alemães acompanha o hospital.

Para Mianmar, o vice-ministro alemão de Relações Exteriores, Gernot Erler, anunciou o envio de dois aviões com ajuda humanitária para a região atingida pelo ciclone do início do mês. Após a visita do secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, a junta militar birmanesa anunciou a abertura do país para ajuda estrangeira, sem restrições de nacionalidade.

Antes de partir para a conferência dos países que socorrem Mianmar, a iniciar-se na capital Yangun no próximo domingo, o vice-ministro alemão afirmou que, mesmo com o sinal de abertura do governo birmanês, o acesso às regiões de catástrofe continua o maior desafio. Organizações de ajuda humanitária também reagiram com cautela ao anúncio da junta militar.

"Fase de assistência emergencial ainda não acabou"

BdT UN-Generalsekretär Ban Ki Moon in Birma
Ban Ki-moon (e.) em MianmarFoto: AP

Ingo Radtke, diretor da ONG humanitária Malteser International, declarou: "Estamos felizes e agradecidos pelo sucesso do secretário-geral da ONU. Observamos o fato como um sinal claro de melhora na cooperação com o governo birmanês. Devemos esperar, no entanto, o que trazem as próximas horas, pois entrar no país não significa necessariamente poder movimentar-se livremente".

Presente há vários anos em Mianmar, a Malteser International distribui, no momento através de seu pessoal local, bens de ajuda humanitária na região do delta do Irrawaddy atingida pelo ciclone Nargis.

Radtke afirma, no entanto, que "a fase de assistência emergencial ainda não acabou. Cada hora conta. Temos que, agora, ampliar a ajuda necessária – também com nosso pessoal internacional". Ajudantes internacionais, que há semanas esperam por um visto de entrada para Mianmar, receberam com ceticismo, no entanto, a notícia da abertura do país para ajuda humanitária estrangeira.

Fama de não cumprir promessas

BdT UN-Generalsekretär Ban Ki Moon in Birma
Cerca de 2,5 milhões de pessoas necessitam ajuda em MianmarFoto: AP

Especialistas em Mianmar afirmam que a junta não tem fama de cumprir promessas. "Os generais têm uma longa história de promessas quebradas perante a comunidade internacional e seu próprio povo", comenta David Mathison, relator de Mianmar da organização de direitos humanos Human Rights Watch. Até agora, o governo de Mianmar não enviou nenhum comunicado oficial às Nações Unidas quanto à permissão de entrada para ajuda estrangeira.

"Não conhecemos nenhum pormenor da promessa do governo", afirmou Elisabeth Byrs, porta-voz do Departamento de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU, nesta sexta-feira em Genebra.

Ainda não está claro se os prestadores de ajuda humanitária precisarão de um visto para entrar no país. Cem vistos de entrada para organizações humanitárias da ONU já foram concedidos pelo governo militar. Segundo dados das Nações Unidas, aterrissaram 133 vôos internacionais, até agora, com bens de ajuda para Mianmar.

Ajuda imediata de 4 milhões de euros

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Hospital móvel será entregue posteriormente aos chinesesFoto: AP

Um avião Airbus da Força Aérea Alemã partirá, neste sábado, com direção a Mianmar. Além do vice-ministro Gernot Erler, estarão a bordo dez toneladas de bens de ajuda humanitária, contendo kits de primeiros socorros, barracas, mosquiteiros, estação móvel e cápsulas de tratamento d'água. Sob encomenda do governo alemão, outra carga deverá ser transportada pela Malteser International de Bancoc para Yangun, na próxima segunda-feira, informou o vice-ministro.

Segundo dados do governo de Berlim, uma ajuda imediata de 4 milhões de euros já foi disponibilizada pelo governo alemão às vítimas em Mianmar. Quanto à nova decisão da junta militar, o vice-ministro Erler também se demonstrou cauteloso.

Por este motivo, o governo alemão fará pressão junto à conferência de países doadores, organizada pelas Nações Unidas e pela Associação dos Países do Sudoeste Asiático (Asean) em Yangun, para que os ajudantes internacionais realmente cheguem às regiões atingidas, afirmou Gernot Erler.

Ajuda em 24 horas

Já o hospital enviado pelo governo alemão que chegou nesta sexta-feira na China está preparado para assegurar assistência médica básica a uma população de 250 mil pessoas.

"O hospital da Cruz Vermelha Alemã é de grande importância porque não serve somente às vítimas do terremoto, mas também à população completa da região", afirmou Rudolf Seiters, presidente da instituição.

Os primeiros pacientes já podem ser atendidos 24 horas após a chegada do hospital à região do sinistro. Posteriormente, as instalações hospitalares serão transferidas à Cruz Vermelha Chinesa, que está enviando 100 médicos e enfermeiras da região para ajudar em seu funcionamento.