Alemanha em clima de carnaval

Os "Bützje" (beijinhos) fazem parte do carnaval alemão, assim como as fantasias coloridas e criativas. A festa inclui objetos curiosos e ideias bastante criativas e divertidas. Tudo é permitido, o que importa é participar da folia.

O carnaval não é feito apenas de festas, mas também de manifestações políticas. O comitê organizador da parada em Colônia tentou proibir referências aos ataques terroristas em Paris, e foi criticado. No final, dois carros alegóricos sobre o tema saíram às ruas. Um deles trazia um palhaço regando uma floresta de lápis coloridos, onde apenas um se ergue, representando a liberdade de imprensa.

Ao contrário de Colônia, em Düsseldorf, a decoração dos carros alegóricos é mantida em segredo até o dia do desfile de Rosenmontag (Segunda-feira das Rosas). Neste ano, Jacques Tilly, cujas alegorias já debocharam de Osama bin Laden e de radicais da extrema direita, fez questão de homenagear as vítimas do ataque ao jornal satírico francês "Charlie Hebdo".

Este carro alegórico chamou bastante atenção: as organizações terroristas rivais "Estado Islâmico" (EI) e Al Qaeda, representadas por esqueletos, disputam um "braço de ferro do terror".

O carnaval tem suas saudações tradicionais, como "Alaaf", em Colônia, ou "Helau", em Düsseldorf. Mas um dos gritos mais ouvidos é de "Kamelle!", em referência aos doces distribuídos pelos carros alegóricos. Toneladas de balas e chocolates são atiradas à multidão nos desfiles carnavalescos.

As tradicionais dançarinas uniformizadas "Tanzmariechen" estão presentes em quase todas as festividades de carnaval. Suas coreografias bem ensaiadas animam a multidão.

Neste domingo, uma ameaça terrorista levou ao abrupto cancelamento do maior desfile carnavalesco do norte da Alemanha, em Braunschweig. O centro da cidade foi evacuado pela polícia. "A segurança das pessoas é prioridade", afirmou o secretário do Interior da Baixa Saxônia, Boris Pistorius.

Na Baviera, a festa do carnaval recebe outro nome. Ao invés de "Karneval" é chamada de "Fasching". Os foliões bávaros vestem fantasias aterrorizantes para afugentar o inverno, aguardando a chegada da primavera.

"Aqui sou folião, aqui posso sê-lo, no carnaval de Mainz às margens do Reno!" é o que se diz na capital do estado da Renânia-Palatinado. Assim como nos demais centros carnavalescos da Alemanha, os foliões não permitiram que a diversão da festa lhes fosse tirada, apesar da ameaça de terrorismo em Braunschweig.