Alemanha avança na transição para energias verdes
1 de junho de 2016Governadores dos 16 estados da Alemanha e o governo federal realizaram nesta quarta-feira (01/06) progressos significativos quanto a um acordo sobre as reformas da legislação de energias renováveis do país.
As discussões, iniciadas no dia anterior, avançaram pela madrugada. Ao final do encontro, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, comemorou o resultado, afirmando que "um longo caminho" foi percorrido.
No centro das discussões estavam a escala e o ritmo em que as energias renováveis devem ser expandidas durante a próxima década. Até 2025, o governo federal almeja que entre 40% e 45% da eletricidade no país seja gerada a partir de fontes renováveis – atualmente, esse total é de 30%.
Além disso, Berlim visa promover as energias solar e eólica através de licitações, da forma exigida pela União Europeia (UE).
As reformas visam a limitar a expansão da produção da energia eólica terrestre em 2,8 gigawatts de capacidade anual, o que corresponde a cerca de mil turbinas eólicas. Para evitar uma sobrecarga na rede elétrica do país, apenas uma quantidade limitada das novas capacidades será permitida no norte do país.
Os custos e as reduções das linhas de energia também foram temas controversos durante as negociações, uma vez que cada estado prioriza seus próprios interesses. A Baviera, por exemplo, dá mais importância para a energia solar e a biomassa, enquanto no norte e em outras regiões do país, a energia eólica é prioridade.
Antes do início da reunião, Merkel defendeu a construção de novas linhas de transmissão de energia para melhorar a transição para as fontes renováveis. "Isso vai ocorrer apenas quando, finalmente, a energia puder ser enviada através dessas linhas para onde houver maior necessidade", afirmou a chanceler.
O governador da Saxônia-Anhalt, Reiner Haseloff, afirmou que grandes progressos foram atingidos nas negociações. Seu homólogo da cidade-estado de Bremen, Carsten Sieling, disse que 90% dos objetivos já foram alcançados.
Há poucas semanas do recesso parlamentar, o governo está sob forte pressão para finalizar o pacote de reformas, correndo o risco de atrasar o inicio da implementação delas, marcado para 1º de janeiro de 2017.
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