Alemães organizam grupos de vigilância no Facebook
11 de janeiro de 2016Após a série de agressões sexuais na noite do réveillon contra mulheres na cidade de Colônia, na Renânia do Norte-Vestfália, em Düsseldorf, capital desse estado alemão, moradores recorrem ao Facebook para promover patrulhas em suposta cooperação com a polícia.
O grupo "Einer für alle, alle für einen. Düsseldorf passt auf" (Um por todos, todos por um, Düsseldorf está atenta)na rede social alega estar em contato com a polícia e atuar "independentemente de vertente política ou religião". "Nenhum tipo de racismo e radicalismo será tolerado. A ideia aqui é transmitir uma mensagem pacífica de que as pessoas podem resolver situações de crise pacificamente", diz a página do grupo, que tem cerca de 1.300 curtidas.
Fotos do grupo mostram homens e mulheres sorridentes se divertindo em Düsseldorf e dão o link de outro grupo privado com mais de 13 mil membros.
Iniciativas similares no Facebook surgiram na cidade de Stuttgart, no sudoeste do país, e na própria Colônia – onde, no entanto, o grupo na rede social diz não promover vigilância ou patrulhas, mas apenas querer encorajar os cidadãos a serem mais cuidadosos.
Apesar da suposta intenção pacífica do grupo de Düsseldorf, o coletivo antifascista da Renânia do Norte-Vestfália acusou-o, também no Facebook, de ter uma agenda de extrema direita e contrária a imigrantes, além de ligação com hooligans e o Dügida – braço do movimento anti-imigração Pegida (sigla alemã para "Patriotas europeus contra a islamização do Ocidente") em Düsseldorf.
De acordo com o jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung, a polícia de Düsseldorf não mostrou muito entusiasmo perante seus supostos ajudantes. Nesse caso "o monopólio do poder claramente cabe ao Estado", declarou um porta-voz do órgão de segurança, deixando claro que quem participa de atividades de vigilância está violando a lei e que tal comportamento não será tolerado.