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Alemães organizam grupos de vigilância no Facebook

Elizabeth Schumacher (lf)11 de janeiro de 2016

Em Düsseldorf, usuários da rede social promovem patrulhas pela cidade após ataques sexuais contra mulheres na vizinha Colônia. Polícia desaprova iniciativa, que tem como lema "um por todos, todos por um".

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Foto: picture-alliance/dpa/Deutzmann/Eibner

Após a série de agressões sexuais na noite do réveillon contra mulheres na cidade de Colônia, na Renânia do Norte-Vestfália, em Düsseldorf, capital desse estado alemão, moradores recorrem ao Facebook para promover patrulhas em suposta cooperação com a polícia.

O grupo "Einer für alle, alle für einen. Düsseldorf passt auf" (Um por todos, todos por um, Düsseldorf está atenta)na rede social alega estar em contato com a polícia e atuar "independentemente de vertente política ou religião". "Nenhum tipo de racismo e radicalismo será tolerado. A ideia aqui é transmitir uma mensagem pacífica de que as pessoas podem resolver situações de crise pacificamente", diz a página do grupo, que tem cerca de 1.300 curtidas.

Fotos do grupo mostram homens e mulheres sorridentes se divertindo em Düsseldorf e dão o link de outro grupo privado com mais de 13 mil membros.

Iniciativas similares no Facebook surgiram na cidade de Stuttgart, no sudoeste do país, e na própria Colônia – onde, no entanto, o grupo na rede social diz não promover vigilância ou patrulhas, mas apenas querer encorajar os cidadãos a serem mais cuidadosos.

Apesar da suposta intenção pacífica do grupo de Düsseldorf, o coletivo antifascista da Renânia do Norte-Vestfália acusou-o, também no Facebook, de ter uma agenda de extrema direita e contrária a imigrantes, além de ligação com hooligans e o Dügida – braço do movimento anti-imigração Pegida (sigla alemã para "Patriotas europeus contra a islamização do Ocidente") em Düsseldorf.

De acordo com o jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung, a polícia de Düsseldorf não mostrou muito entusiasmo perante seus supostos ajudantes. Nesse caso "o monopólio do poder claramente cabe ao Estado", declarou um porta-voz do órgão de segurança, deixando claro que quem participa de atividades de vigilância está violando a lei e que tal comportamento não será tolerado.