Al Qaeda ganha terreno no Iêmen, dizem EUA
8 de abril de 2015O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Ashton Carter, reconheceu nesta quarta-feira (08/04) que a Al Qaeda está ganhando terreno em meio ao caos no Iêmen. Ao mesmo tempo, ele prometeu que Washington irá continuar combatendo os extremistas xiitas houthis, apesar do confronto que assola o país.
"A situação ainda está muito agitada, e há diferentes partes em conflito", afirmou Carter durante visita ao Japão. "Os houthis são uma delas e a Aqap [ramificação da Al Qaeda no Iêmen] é outra, a qual se aproveitou da desordem e do colapso do governo central."
Segundo Carter, a Aqap vem ganhando espaço enquanto tenta ampliar seu território. "A ameaça terrorista da Aqapao Ocidente, incluindo os EUA, é duradoura e bastante séria", destacou.
Carter ressaltou ainda que é sempre mais fácil conduzir operações antiterrorismo quando há um governo estável, "disposto a cooperar". "É claro que tais circunstâncias não existem no Iêmen no momento, mas isso não quer dizer que não continuaremos a tomar as medidas necessárias para nos proteger. Temos que fazê-lo de modo diferente, e é o que fazemos."
Carter afirmou ter esperanças de que a paz seja restaurada no Iêmen, "não apenas por essas razões, mas também pelo sofrimento que há no país".
Os houthis, juntamente com unidades do Exército leais ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh, vem lutando contra os apoiadores do presidente Abd Rabbuh Mansur al-Hadi, que fugiu do país para a capital da Arábia Saudita, Riad.
Na semana passada, a Aqap – apontada pelos EUA como a mais perigosa ramificação da Al Qaeda – capturou instalações do Exército e o porto de Al Mukalla, no sudeste do país.
No fim do mês passado, uma coalizão liderada pelos sauditas realizou ataques aéreos a alvos xiitas no país, em meio a temores de que o Iêmen caia sob domínio dos houthis e entre na zona de influência do Irã, rival da Arábia Saudita na região.
Assim como Carter, observadores internacionais afirmam que a Al Qaeda e outros grupos se aproveitam da instabilidade no Iêmen, onde, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 540 pessoas morreram desde o acirramento dos combates, em meados de março.
RC/rtr/afp