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Agência dos EUA alerta contra vacina da Johnson & Johnson

17 de dezembro de 2021

Imunizante de dose única contra covid-19 pode causar doença rara, afirma painel de especialistas. Órgão recomenda dar preferência às vacinas de mRNA, mas frisa que qualquer imunizante é melhor do que não estar vacinado.

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Frasco de vacina da Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson
Vacina da J&J pode provocar síndrome de trombose com trombocitopenia (TTS), alerta CDC nos EUAFoto: Lev Radin/Pacific Press/picture alliance

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) recomendou nesta quinta-feira (16/12) o uso preferencial de vacinas de mRNA contra a covid-19 em vez do imunizante de dose única da Johnson & Johnson, devido ao surgimento de uma rara enfermidade que provoca coágulos sanguíneos.

O CDC tomou a decisão ao endossar recomendações atualizadas feitas pelo Comitê Consultivo sobre Práticas de Imunização (Acip, na sigla em inglês) do órgão, que sugeriu a preferência clínica para as vacinas da Pfizer-BioNTech e Moderna.

A recomendação da Acip veio após análises sobre as últimas conclusões sobre eficácia e segurança das vacinas e o surgimento de efeitos adversos raros, acompanhadas de uma avaliação dos estoques de imunizantes nos Estados Unidos.

Casos de síndrome de trombose com trombocitopenia (TTS), que envolvem coágulos sanguíneos acompanhados de um baixo nível de plaquetas, foram observados anteriormente em pacientes que receberam a vacina da J&J. As pessoas mais afetadas são mulheres de idades entre 18 e 48 anos.

Segundo o CDC, o índice de ocorrência desses incidentes cresceu, tanto entre mulheres como entre homens. A agência identificou mais de 50 casos de TTS nos Estados Unidos, o que equivale a 3,83 casos por milhão de doses aplicadas.

Ao menos nove pessoas morreram em consequência de incidentes com coágulos sanguíneos nos EUA.

Qualquer vacina é melhor do que não estar vacinado

Os membros do painel da Acip também concluíram que a vacina da J&J é menos eficaz no combate ao coronavírus em comparação com os demais imunizantes. O comitê, porém, reafirmou que é melhor receber qualquer vacina do que não estar vacinado.

As pessoas que não estiverem aptas ou que optarem por não receber as vacinas de mRNA continuarão tendo acesso aos imunizantes da J&J, informou o CDC em nota.

Em abril, a agência reguladora americana Food and Drug Administration (FDA) suspendeu temporariamente a aplicação das vacinas de dose única após algumas pessoas desenvolverem uma rara doença causadora de coágulos sanguíneos, após receberem o imunizante.

Um número menor de americanos foi imunizado com a vacina da J&J do que com as demais. Dos mais de 200 milhões de pessoas com esquema vacinal completo nos EUA, em torno de 16 milhões receberam o imunizante de dose única, segundo dados do CDC.

Em nota, a Johnson & Johnson informou que vai cooperar com o CDC para encontrar soluções.

rc (DPA, Reuters)