A ponte aérea de Berlim Ocidental
Em junho de 1948, EUA e Reino Unido iniciaram um programa de socorro aéreo a Berlim que até hoje é considerado um dos mais espetaculares de todos os tempos.
Ajuda aérea
Em junho de 1948, a União Soviética bloqueou todos os acessos a Berlim por estradas, ferrovias ou rios. Quem estava nas zonas de ocupação francesa, britânica ou americana corria o risco de passar por graves privações. A resposta dos Aliados foi a criação da chamada ponte aérea para Berlim. A partir de 26 de junho, os militares passaram a levar carvão, mantimentos e medicamentos aos berlinenses.
O "pai" da ideia
O governador militar dos EUA, Lucius D. Clay (esq.), é considerado o criador da ponte aérea. Ele convenceu o seu governo a não abandonar a cidade, garantindo assim a liberdade de Berlim Ocidental. O prefeito de Berlim, Ernst Reuter (dir.), fez um apelo ao Ocidente: "Povos do mundo, [...] olhem para esta cidade e saibam que não lhes é permitido abandoná-la e à sua população".
Voos a cada minuto
A cada 90 segundos um avião pousava em Berlim Ocidental e era imediatamente descarregado. Como o intervalo entre os voos era muito pequeno, cada piloto tinha apenas uma tentativa para pousar. Se não conseguisse, teria que retornar ao seu local de origem com a carga. Eram utilizadas até 300 aeronaves simultaneamente.
Doces para as crianças
O piloto Gail Halvorsen foi o primeiro a distribuir doces às crianças berlinenses. Ele lançava chocolates caseiros e chicletes em pequenos pára-quedas feito com lenços. A idéia logo se espalhou e mais pilotos aderiram. Os americanos doaram toneladas de doces e chocolates.
Os "bombardeiros de doces"
O entusiasmo das crianças de Berlim com os pilotos era muito grande. Elas acenavam – aqui, sobre uma montanha de destroços – às aeronaves, que foram apelidadas de "bombardeiros de doces". Os presentes reforçaram a simpatia dos alemães pelos americanos no período do pós-Guerra.
Falta de energia
Apesar dos doces e do constante transporte de carvão, gasolina, grãos, leite em pó e batatas desidratadas a Berlim Ocidental, a situação continuava difícil para os 2,2 milhões de habitantes da cidade, devido também ao fato de os soviéticos restringirem o abastecimento de energia elétrica.
Falta de lenha
Aviões americanos e britânicos transportaram em torno de 1,5 milhão de toneladas de carvão para a geração de eletricidade em Berlim Ocidental. Mas isso não era o suficiente, especialmente no inverno. Como resultado, árvores das ruas e parques foram derrubadas, e até a madeira usada para cobrir algumas ruas – aqui, no distrito de Kreuzberg – era retirada para ser usada como lenha.
Operação internacional
O Reino Unido também enviava aviões a Berlim Ocidental, que pousavam nos rios Havel e Wannsee. Com a ajuda dos novos sistemas de radar, podiam voar à noite ou com mau tempo. Mais de 57 mil pessoas participaram da ponte aérea, incluindo pilotos canadenses, australianos, neozelandeses e sul-africanos. No total, 78 tripulantes – 39 britânicos, 31 americanos e oito alemães – morreram em acidentes.
Imposto para financiar a ponte aérea
Os aliados transportaram mais de 2 milhões de toneladas em suprimentos para Berlim Ocidental durante os 11 meses do bloqueio à cidade. A iniciativa custava aos EUA e o Reino Unido em torno de 200 milhões de dólares. Os britânicos racionavam cereais em seu próprio país para suprir os berlinenses. Os alemães ocidentais pagavam um imposto especial chamado de "auxílio de emergência a Berlim".
Monumento à ponte aérea
Em 12 de maio de 1949, a União Soviética levantou o bloqueio a Berlim Ocidental. A ponte aérea continuou até o mês de agosto. Em 1952 foi erguido um monumento no aeroporto berlinense de Tempelhof em homenagem às operações de socorro e aos que deixaram suas vidas na ponte aérea de Berlim.