Geotermia
22 de março de 2011Por volta dos 25 metros de profundidade do solo, a temperatura da crosta terrestre já não é mais influenciada pelo clima na superfície. E, quanto mais fundo, mais quente – a cada cem metros, a temperatura sobe de um a três graus Celsius.
Em países como a Alemanha, esse calor é utilizado de forma direta em sistemas de calefação. Os poços de uma usina geotérmica instalada ao leste do país, em Neubrandenburg, por exemplo, atingem cerca de 1300 metros de profundidade e são capazes de transportar água quente (de 55 ºC a 80 ºC) até a superfície.
Através de um aparelho permutador de calor, essa água transmite sua energia a uma rede de aquecimento e, em seguida, é bombeada novamente ao subsolo por um segundo poço. Com a ajuda de bombas de calor e coletores geotérmicos dispostos em profundidades menores, é possível aquecer casas inteiras apenas com o calor vindo do subsolo.
Já no caso da geração de energia, feita através de turbinas a vapor, são necessárias temperaturas mínimas de 150 ºC. Na Alemanha, esta temperatura é atingida a partir de 2500 a 4500 metros de profundidade, por isso, o país dispõe de apenas algumas pequenas instalações geotérmicas. A fim de testar essa forma de tecnologia limpa, especialistas do Centro Helmholtz de Potsdam, pertencente ao Centro Alemão de Geopesquisa, perfuram atualmente poços de até 4300 metros de profundidade em um laboratório de geotermia em Brandemburgo.
O processo de obtenção de energia geotérmica é nitidamente mais fácil em regiões vulcânicas como, por exemplo, a Islândia ou a Itália, mas também no Quênia. A usina Olkaria no país africano está situada sobre o Vale do Rift, uma longa fenda tectônica na crosta terrestre que se estende desde o Líbano até Moçambique.
Em poços de até 2000 metros de profundidade, o vapor atinge 350 ºC, impulsionando as turbinas de vapor e resultando na geração de energia elétrica.
O potencial da geotermia é gigantesco, mas apenas uma fração desse potencial tem sido aproveitada até o momento.
Autora: Antonia Rötger / Sociedade Helmholtz (mdm)
Revisão: Roselaine Wandscheer