Panorama histórico
23 de junho de 2007documenta – O artista e curador nascido em Kassel Arnold Bode quis, em 1955, fazer uma mostra paralela à exposição bienal de jardinagem e paisagismo, a Bundesgartenschau (Buga), que colocasse em evidência a arte proscrita pelo nazismo como "arte degenerada". Cerca de 130 mil visitantes apreciaram as 670 obras de Ernst Barlach, Vassily Kandinsky, August Macke e outros.
documenta II – Depois do sucesso da mostra que contava com obras, em parte, de mais de dez anos de existência, em 1959 seguiu-se à documenta de Bode a primeira mostra realmente de arte contemporânea. As obras de Marc Chagall, Oskar Kokoscha, Emil Nolde e outros, somando quase 389 artistas expositores, foram vistas por 134 mil pessoas.
documenta III – Foi a última documenta dirigida por Bode, que levou cerca de 1.450 obras a Kassel. Por questões de organização, a mostra, que deveria ser quadrienal, só ocorreu em 1964. Duzentos e oitenta artistas atraíram 200 mil visitantes. O destaque ficou para a "arte cinética", com várias obras em movimento.
4ª documenta – Um "conselho da documenta", de 24 membros, entre eles ainda Arrnold Bode, dirigiu a exposição no emblemático ano de 1968. A abertura foi conturbada e a mostra girava em torno da pop art, de happenings e da arte de ação. O número de visitantes ficou em torno de 220 mil.
documenta 5 – A mostra de 1972 foi uma das mais importantes da história da documenta. Harald Szeemann transformou a própria exposição em objeto artístico. Joseph Beuys inaugurou o primeiro núcleo de sua "Organização pela Democracia Direta através do Plebiscito", os hiper-realistas ou (fotorrealistas) foram os que mais chamaram atenção dos 228 mil visitantes.
documenta 6 – No ano do falecimento de Arnold Bode, a documenta teve sua primeira edição depois que se assumiu como mostra qüinqüenal. O curador Manfred Schneckenburger apresentou pela primeira vez aos 343 mil espectadores a Honigpumpe (bomba de mel) de Beuys, a instalação do americano Walter de Maria Vertikale Erdkilometer (Quilômetros verticais da Terra), até hoje na paisagem de Kassel, e uma escultura de laser de Horst H. Baumann.
documenta 7 – Na documenta dirigida por Rudi Fuchs em 1982, que foi vista por quase 380 mil pessoas, Kassel recebeu dois de seus símbolos atuais. Um bem visível, a grande picareta (Spitzhacke) de Claes von Oldenburg, e um mais sutil, o projeto dos 7 mil carvalhos (7.000 Eiche), de Joseph Beuys.
documenta 8 – Mais uma vez dirigida por Schneckenburger, essa edição atraiu quase 475 mil espectadores. No ano de 1987, os visitantes da documenta viram, acima de tudo, performances e videoarte, além da Guillotinen-Reihe (série de guilhotinas) de Ian Hamilton Finlay. A "d8" foi denominada um "evento para as massas" , mas também criticada de arbitrária.
documenta IX – Jan Hoet convidou 189 artistas, que trouxeram mil obras. Seiscentas mil pessoas quiseram conferir a primeira documenta depois da Queda do Muro. A obra mais popular da histórica edição de 1992 foi o Man walking to the Sky, de Jonathan Borofsky, de 25 metros de altura.
documenta X – O ano de 1997 teve, pela primeira vez, uma mulher à frente da documenta. Catherine David levou a Kassel 120 artistas e 700 obras, que receberam 630 mil visitantes. A "última grande exposição de arte do século 20" tinha uma proposta retrospectiva. Era a primeira vez que a internet estava na documenta.
documenta 11 – O nigeriano Okwui Enwezor foi, no ano de 2002, o primeiro curador não-europeu da documenta. Ele se limitou a 118 artistas – o menor número de toda a história – e atraiu 650 mil espectadores – o maior número de toda a história. (dpa/jl)