A companhia de dança de Pina Bausch
O legado de Pina Bausch e de sua companhia "Tanztheater Wuppertal" é inegável. Nos anos 1970, a coreógrafa revolucionou a dança. Após sua morte, em 2009, a companhia ainda é referência mundial e trilha novos rumos.
Dança expressionista radical
A legendária coreógrafa Pina Bausch trabalhava apenas com bailarinos que considerava extraordinários. Em 1973, ela fundou a companhia "Tanztheater Wuppertal", que é, até hoje, mundialmente conhecida por sua dança expressionista radical. Poucos bailarinos são capazes de executar as peças de Bausch. Suas coreografias eram elaboradas de acordo com a personalidade dos membros da companhia.
No início, um "pesadelo"
Nos anos 1970, as peças da jovem Pina Bausch eram incômodas para alguns dos espectadores. Sua visão experimental da dança criticava antigas convenções. Durante suas primeiras performances no Teatro de Ópera de Wuppertal, membros da plateia deixaram o teatro indignados e furiosos. O teatro chegou a receber cartas com reclamações e ameaças.
Revolução na dança
Nos primórdios da companhia, ninguém imaginava que o "Tanztheater Wuppertal" seria reconhecido mundialmente. Bausch desenvolveu algo novo, algo que o mundo da dança nunca vira. Sua companhia iniciou uma revolução que redefiniu a dança contemporânea.
Reinventando a dança
Os dançarinos de Bausch não dançavam apenas. Eles corriam, falavam, cantavam, choravam ou riam. Passaram a interpretar a dança de uma maneira completamente nova. Dançarinos e coreógrafos de todo o mundo se perguntavam: "onde eles aprenderam a se movimentar dessa maneira? Eles são cantores, atores ou dançarinos?"
Sem solistas
As peças de Pina Bausch (na foto) vivem de honestidade e introspecção. Bausch chegou a essa forma de representação a partir de uma cooperação próxima e íntima com seus bailarinos. Na companhia de Bausch não havia solistas ou hierarquia. Todos os dançarinos do grupo eram iguais e também deveriam incorporar suas próprias ideias de dança aos trabalhos.
Comprometimento para a vida
Quem entrava para a companhia de Bausch ficava por muito tempo – às vezes, para sempre. Os bailarinos da "Tanztheater Wuppertal" desenvolveram um entrosamento que é único no mundo. Mesmo após a morte de Pina Bausch, em 30 de junho de 2009, a companhia continua a executar as peças com a mesma virtuosidade. Hoje, a companhia conta com 30 bailarinos, com idades entre 24 e 60 anos.
O repertório da companhia
Depois da morte de Pina Bausch, o dançarino Dominique Mercy e o diretor teatral Robert Sturm assumiram a direção artística da "Tanztheater Wuppertal". Mercy é um dos membros mais antigos da companhia. O objetivo é preservar o repertório de Pina Bausch. Em 36 anos, ela criou 46 espetáculos. Alguns se tornaram clássicos. Na foto, Mercy dança numa cena do filme "Pina", de Wim Wenders.
Homenagem cinematográfica
Wim Wenders fez uma homenagem cinematográfica a Pina Bausch – e um tributo à sua cidade natal Wuppertal, uma pacata cidade no oeste da Alemanha, que, além do grupo de Pina Bausch, também é conhecida pelo trem monotrilho suspenso. Em 2012, o filme em 3D feito com a "Tanztheater Wuppertal" foi indicado ao Oscar de melhor documentário.
Marca registrada: Pina Bausch
As peças de Pina Bausch são protegidas por direitos autorais e só podem ser executadas pela companhia de Wuppertal. Os dançarinos podem escolher entre 40 trabalhos. Entre eles está a famosa peça "Kontakhof" (foto).