A cada sete segundos uma garota é forçada a se casar
11 de outubro de 2016A cada sete segundos uma menina com menos de 15 anos de idade se casa no mundo, aponta um relatório divulgado pela ONG Save the Children nesta terça-feira (11/10), Dia Internacional da Menina. Crianças de até dez anos são forçadas a se casar, frequentemente com homens mais velhos, em países como Afeganistão, Iêmen, Índia e Somália.
A ONG afirma que o casamento infantil não apenas priva as jovens de educação e oportunidades, mas também aumenta o risco de morte ou danos no parto se elas têm filhos antes de que seu corpo esteja preparado.
"O casamento infantil dá início a um ciclo de desvantagens que nega às meninas os direitos mais básicos de aprender, se desenvolver e ser criança", afirma a presidente da Save the Children International, Helle Thorning-Schmidt.
"Meninas que se casam cedo demais frequentemente não podem ir à escola e estão mais propensas a sofrer violência doméstica, abuso e estupro. Elas engravidam e são expostas a doenças sexualmente transmissíveis, incluindo o HIV", alerta.
O relatório "Até a última menina. Livres para viver, livres para aprender, livres de perigo" apresenta um ranking com 144 países, classificando-os do melhor para o pior para as garotas com base no casamento infantil, na educação, na gravidez na adolescência, na mortalidade materna e no número de legisladoras mulheres.
Níger, Chade, República Centro-Africana, Mali e Somália aparecem nos últimos lugares do ranking. O país mais bem classificado é a Suécia, seguida por Finlândia, Noruega, Holanda e Bélgica.
O Brasil aparece em 102º, com o relatório chamando a atenção que o país, apesar de ter a renda per capita média-alta, apresenta altos níveis de gravidez na adolescência e casamentos de crianças. O Brasil, destaca o relatório, está apenas três posições acima do Haiti, por exemplo.
Pesquisadores afirmam que conflitos, pobreza e crises humanitárias são fatores que deixam meninas expostas ao casamento precoce. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) estima que o número de mulheres que se casam antes dos 18 anos passe dos 700 milhões atuais para cerca de 950 milhões em 2030.
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