12 de setembro de 1949
Theodor Heuss, nascido em 1884 na região de Württemberg, estudou Economia e História da Arte em Munique e Berlim e fez doutorado em Ciências Políticas. Ele foi redator-chefe do jornal Neckarzeitung, de Heilbronn, e professor de Política na Escola Superior Alemã, em Berlim, cargo do qual foi afastado pelos nazistas.
Por sete anos, durante a República de Weimar, foi o representante do Partido Democrático Alemão no Reichstag (parlamento). Após 1945, voltou a exercer o jornalismo, sendo também secretário de Cultura em Baden-Württemberg, deputado estadual, presidente do Partido Liberal-Democrático e membro do Conselho Parlamentar.
Apesar de todas as limitações impostas ao cargo pelo Conselho Parlamentar, Heuss conseguiu desempenhar um papel importante na reorganização política da Alemanha do pós-guerra e na consolidação da nova democracia.
O instrumento à disposição do chefe de Estado alemão é a palavra: em discussões, debates e pronunciamentos. Heuss demonstrou maestria no uso desse instrumento no dia 17 de junho de 1953, quando aconteceu a revolta dos alemães-orientais contra o sistema que os reprimia.
Críticas ao regime da então Alemanha Oriental
O então presidente alemão-ocidental deixou claro, numa mensagem direta, a necessidade de conceder autonomia aos alemães-orientais, na Alemanha de regime comunista.
"Devolvam a esses alemães o direito natural à autonomia política, à liberdade, para que essas tensões sejam eliminadas, para que o medo e o temor, a desconfiança e o ódio deixem nossa pátria!", apelou Heuss.
O primeiro presidente alemão conseguiu, também, distanciar-se das sombras do passado sem negar a responsabilidade da Alemanha. Como no seu importante pronunciamento na inauguração de um monumento no local do ex-campo de concentração de Bergen-Belsen, em dezembro de 1952, quando destacou a necessidade de uma "vergonha coletiva" em vez da "culpa coletiva".
Reeleito em 1954, como único candidato, ficou mais cinco anos na presidência, sendo cada vez mais respeitado não só na Alemanha. Indicado para reeleger-se pela segunda vez, negou, pois não queria abrir precedentes.
Em 1959, retornou à vida privada, passando a morar em Stuttgart. Neste ano, foi agraciado com o Prêmio da Paz do Comércio Livreiro Alemão. Theodor Heuss faleceu a 12 de dezembro de 1963, em Stuttgart. (rw)