Áustria planeja repatriar 50 mil refugiados em três anos
1 de fevereiro de 2016A Áustria pretende acelerar a repatriação de requerentes de asilo no país. O objetivo é deportar 50 mil refugiados até 2019, num plano que inclui expandir a lista de países considerados seguros – dos quais migrantes não receberiam o status de refugiados.
Segundo anunciou o governo no último domingo (31/01), Marrocos, Argélia, Tunísia, Gana, Geórgia e Mongólia serão incluídos nessa lista. No início de janeiro, a Áustria já havia anunciado que limitaria a entrada de refugiados em 37.500 pessoas em 2016 – ante as 90 mil no ano anterior.
"Já estamos entre os países com maior número de deportações", afirmou, no sábado, a ministra do Interior Johanna Mikl-Leitner. "Mas vamos acelerar o passo e aumentar essa tendência já crescente."
O governo também pretende aumentar o incentivo financeiro para que os requerentes de asilo deixem o país, de 370 para 500 euros. Os migrantes receberão esse valor caso saiam da Áustria em até três meses, sem esperar – ou recorrer – por uma decisão de seu pedido de asilo.
Mikl-Leitner comunicou ainda que o país quer elevar o número de voos fretados para realizar as deportações, além de levar campanhas com informações aos países de origem dos refugiados.
Segundo o ministro da Defesa austríaco, Hans Peter Doskozil, aviões militares serão fornecidos para deportar os requerentes de asilo que tiverem seus pedidos negados, a fim de alcançar o número de 50 mil deportações pretendido para os próximos três anos.
"Se for decidido que uma pessoa não receberá asilo e deverá voltar a seu país, isso deve acontecer. Demos o aval para o uso de aviões Hercules, e já na próxima semana ofereceremos essas aeronaves ao Ministério do Interior", disse Doskozil.
Ao lado da Suécia e da Alemanha, a Áustria esteve entre os países da União Europeia que mais receberam pedidos de asilo em 2015, em proporção per capita.
Na semana passada, a Suécia anunciou que planeja deportar até 80 mil migrantes que tiverem seus requerimentos negados pelas autoridades. "Muitos países estão acelerando o passo. Nós iniciamos uma reação em cadeia de razão", disse a ministra austríaca do Interior.
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