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Águas estagnadas em Quelimane preocupam residentes

25 de março de 2018

Em Quelimane, na província moçambicana da Zambézia, a população teme o aumento de doenças provocadas pelas águas estagnadas de inundações. A administração culpa os residentes, por construírem casa nas zonas baixas.

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Foto: DW/M. Mueia

Os moradores de Quelimane, na província da Zambézia, no centro de Moçambique, acusam a edilidade de nada fazer para melhorar a transitabilidade nas principais ruas de alguns bairros, alagadas por causa das chuvas dos últimos dias. A edilidade responde que os munícipes são negligentes porque constroem casas em zonas baixas. Atualmente é muito difícil circular pelas vias que dão acesso às zonas urbanas e suburbanas da capital da Zambézia.

Segundo moradores ouvidos pela DW África, a água das chuvas não é escoada para as valas de drenagem. Para residentes como Felisberto Fernandes, o Conselho Municipal de Quelimane é responsável pela situação: "É triste. Eu não sei o que será de nós. Todas as vias estão cheias de água, não temos como. Gostaria que o município reparasse esta via com muita atenção", disse Fernandes.

Mosambik Überschwemmungen in Quelimane | Ferlisberto Fernandes
Felisberto Fernandes, morador de Quelimane Foto: DW/M. Mueia

O medo dos mosquitos

Belarda Lacerda menciona ainda outro receio partilhado pela população: "Há muita água estagnada a criar muitos mosquitos. Também as crianças ficam aí a brincar nessas águas e podem ter problemas de saúde".

Os bairros Cololo, Santagua e Micajune são mais afetados, diz Edy Jorge, outro residente: "Está difícil transitar nas vias públicas. As valas estão sujas, as valas são para escoar água e não o lixo". Edy Jorge explica que  a inundação se ficou a dever à incapacidade de escoar a água para os mangais, como previsto: "Há muito lixo do lado do Instituto Industrial, por exemplo. Há um tanque de lixo que enche e as pessoas já não têm onde deitar o lixo", explicou o munícipe.

Águas estagnadas nas ruas de Quelimane preocupam residentes

Mas o responsável municipal pelas estradas e valas de drenagem, António Mundeia, nega que as valas estejam obstruídas. Mundeia aponta como prova o facto de este ano não ter sido necessário instalar centros de acolhimento para as vítimas das inundações, graças à boa gestão das valas de drenagem.

Para Mundeia, a responsabilidade pelas águas estagnadas não é da edilidade. O problema são as casas construídas pelos munícipes em zonas muito baixas. "A cidade de Quelimane estaé a receber maior número de pessoas que vem fora da província ou de distritos, e que acabam se acomodando em zonas inapropriadas para habitar", justificou Mundeia.