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PolíticaÁfrica do Sul

África do Sul: Jacob Zuma será julgado na terça-feira

Lusa
6 de setembro de 2020

O ex-chefe de Estado sul-africano é acusado de alegado favorecimento ao grupo de defesa francês Thales num contrato milionário de armamento no final da década de 1990.

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Jacob Zuma, ex-Presidente da África do Sul
Jacob Zuma é alvo de processos de corrupçãoFoto: picture-alliance/dpa/AP Photo/N. Bothma

O julgamento do ex-Presidente da África do Sul, Jacob Zuma, está agendado para terça-feira (08.09) em Pietermaritzburg, litoral do país. O ex-chefe de Estado é acusado de alegado favorecimento ao grupo de defesa francês Thales num contrato milionário de armamento no final da década de 1990.

O caso que se arrasta na justiça sul-africana desde 2003 foi adiado em 23 junho após uma breve aparição de Zuma no tribunal da província do KwaZulu-Natal, a sua base de apoio político.

"Jacob Zuma está atualmente a preparar-se para o seu aguardado julgamento penal, cuja importância não pode ser subestimada", indicou na quinta-feira (03.09) o seu advogado Eric Mabuza, ao solicitar o adiamento do comparecimento do ex-chefe de Estado na comissão de inquérito Zondo, em Joanesburgo. 

A comissão Zondo, que investiga também a corrupção no Estado durante o seu mandato presidencial, havia convocado o ex-chefe de Estado para comparecer entre 23 e 25 de setembro.

Vários casos de corrupção

No processo penal a decorrer em Pietermaritzburg, Jacob Zuma, que governou a África do Sul entre 2009 e 2018, enfrenta várias acusações de associação ilícita, fraude, corrupção e lavagem de dinheiro por envolvimento em operações, supostamente fraudulentas, a favor de um contrato público de aquisição de armamento com o grupo francês Thales de mais dois mil milhões de dólares, em 1999, quando era vice-presidente da República.

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Zuma negou todas as acusações afirmando ser uma 'caça às bruxas' política do partido no poder, na altura liderado pelo Presidente Thabo Mbeki, que governou entre 1999 e 2008.

As acusações contra o antigo chefe de Estado sul-africano foram reinstituídas em março de 2018 pelo Presidente Cyril Ramaphosa, um mês depois de Zuma ter sido forçado a renunciar ao cargo pela direção do Congresso Nacional Africano (ANC), no poder desde 1994.

O programa de aquisição militar sul-africano no final da década de 1990 envolveu a compra de armamento e equipamento militar pelo Governo do Congresso Nacional Africano, liderado por Nelson Mandela, em 1999, no valor de 30 mil milhões de rands, o equivalente a cerca de 4 mil milhões de euros, em 1999.

 A aquisição de armamento, popularmente conhecida por 'Acordo de Armas', envolveu várias empresas europeias da Alemanha, Itália, Suécia, Reino Unido, França e África do Sul.

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