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PolíticaZimbabué

Aumenta perseguição no Zimbabué a críticos do Governo

Privilege Musvanhiri | cm
19 de maio de 2023

A perseguição e condenação de críticos do Governo está a aumentar no Zimbabué, que realiza eleições gerais em agosto. Vários ativistas foram presos com base em acusações que os críticos dizem ter motivações políticas.

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Simbabwe | Polizeieinheiten vor einem Gebäude der Opposition in Harare
Foto: Getty Images/AFP/J. Nijikizana

Observadores afirmam que o Governo está a utilizar a lei como arma para atingir os dissidentes através dos tribunais. Vários ativistas cívicos foram presos com base em acusações que os críticos dizem ter motivações políticas.

Foi também o caso de Job Sikhala, deputado da oposição, que passou quase um ano em prisão preventiva. "A minha consciência está tranquila. O meu destino, enquanto acorrentado na prisão dos opressores, não porá fim à busca por justiça. Pode demorar décadas ou mesmo séculos, mas a verdade há-de vir ao de cima", assegura.

Sikhala foi condenado a uma pena suspensa de seis meses com opção de pagamento de uma multa num caso de obstrução à justiça. Continua na prisão por outras acusações.

Mas não foi caso único. Muitas outras pessoas foram também acusadas de, por exemplo, conspirar para destituir o Governo.

Jacob Ngarivhume, também político da oposição, está a cumprir uma pena de prisão de três anos por ter apelado aos cidadãos para se manifestarem contra a corrupção.

"Eles querem ter a certeza de que todas as pessoas que estão a dizer a verdade vão para a prisão. Querem ser a única voz, mas não vamos permitir isso", afirma.

Zimbabué volta às urnas em agosto
Zimbabué volta às urnas em agostoFoto: DW/P. Musvanhiri

Ameaça à participação cívica

A liberdade de expressão e de reunião é constantemente posta em causa no Zimbabué. Analistas políticos como Alexander Rusero preveem que o padrão de repressão pode continuar à medida que o país se aproxima das eleições, como estratégia para incutir o medo.

"A viabilidade de uma mudança de regime no Zimbabué continuará a ser reduzida. As eleições continuarão a ser, pela enésima vez, uma repetição, uma democracia sem escolha e a legitimação da permanência do partido no poder", destaca.

A Amnistia Internacional considera que a perseguição da oposição é uma ameaça à participação cívica que os líderes têm de enfrentar.

A União Nacional Africana do Zimbabué - Frente Patriótica (ZANU-PF) está no poder há 43 anos e mostra sinais de que não vai desistir tão cedo.

A população apela à mudança nas próximas eleições, mas isso pode não ser uma tarefa fácil.

Novo líder da oposição no Zimbabué