Violência na Nigéria e no Quénia é destaque na imprensa alemã
27 de junho de 2014Die tageszeitungdeu destaque nesta semana a permanência dos soldados alemães no Mali. O parlamento definiu o prolongamento da missão do exército alemão por mais um ano no país africano.
Atualmente a Alemanha tem 230 soldados colaborando com a ONU - 172 estão no Mali. O papel da Alemanha continuará a ser a formação e treinamento dos soldados das tropas locais.
Apesar da decisão pela permanência dos soldados no país, a votação serviu para críticas contundentes de parlamentares da oposição à política externa alemã para a África.
Violência e corrupção
O Süddeutsche Zeitung publicou nesta semana o editorial de Tobias Zick, com o título “Os males da África”. O trecho aborda a atual situação de violência na Nigéria e no Quénia.
“Os dois países africanos tem agora notícias diárias de ataques, sequestros e massacres. Ambos os países são considerados âncoras de estabilidade em suas respectivas regiões. Tem experimentado crescimento econômico considerável nos últimos anos e enviado soldados para outros conflitos no continente”, diz o editorial.
O artigo também lembra que são países na lista dos mais corruptos ou frágeis– seja em nível global ou continental. “A corrupção mostra-se claramente como um falha de Estado que pode ter repercussão na segurança internacional”, escreve Zick.
O mesmo periódico apresentou a reportagem “O pequeno príncipe”, de Dominik Prantl. O texto fala do monte Meru, no Quénia, de 4566 metros de altura. É descrito como um bom lugar para se preparar para escalar o Kilimanjaro. No entanto, existe apenas uma coisa que a pessoa não pode fazer: subestimá-lo.
O texto conta que a escalada do Meru é considerada, em um primeiro momento, bastante simples pelos aventureiros. No entanto, a medida em que o caminho é percorrido, as dificuldades no terreno começam a surgir e acabam tornando a escalada uma atividade complicada, mesmo para quem está acostumado com o esporte.
“A área do cume não é tão confortável quanto a dos montes vizinhos . Alguns guias de escaladas locais preferem fazer o Kilimanjaro e se recusam a trabalhar com o Meru, porque ele é mais íngreme – guarda um vulcão adormecido que mostrou pela última vez a sua força em 1877. Mas ele moldou o país a milhares de anos com a suas erupções”, escreve Prantl.
Radicalismo lucrativo
David Signer, do Neue Zürcher Zeitung, publicou uma a resenha do livro “Guerra Santa, Santo lucro” (na tradução livre), do jornalista Marc Engelhardt, sobre o jihadismo em África. O texto salienta que os terroristas islâmicos não são apenas motivados pelo fanatismo religioso, mas também pela ganância.
Muitas vezes, a religião cobre a realização de crimes comuns. Signer expõe o pensamento do correspondente alemão Marc Engelhardt – já há muitos anos trabalhando com temas africanos.
“A versão oficial de propagação do Islão fica na verdade em um segundo plano entre os jihadistas no Mali, Somália e Nigéria. No primeiro plano, está mesmo o fato de se tratarem de terroristas e criminosos que estão focados em dinheiro e negócios”, escreve Engelhardt.
O mesmo jornal publicou o texto “A crítica internacional ao Sudão”. A matéria de Christian Putsch, da Cidade do Cabo, relata o caso da cristã sudanesa Mariam Ibrahim, que já se incorpora a crise diplomática entre o Sudão e o Sudão do Sul. Depois de condenada à morte, ela foi libertada após pressão internacional. Mais tarde, ela voltou a ser presa quando estava de partida para o Sudão e liberada novamente.
A sudanesa Mariam Ibrahim, de 27 anos, foi condenada por converter-se ao cristianismo e teve o veredito anulado. As autoridades a acusam de ter apresentado documentos no aeroporto de Cartum, que teriam sido emitidos indevidamente pelo Governo do Sul do Sudão. Ibrahim é casada e tem dois filhos.