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Vigilância e preocupação face ao vírus do ébola na RDC

Frejus Quenum | ar
18 de maio de 2018

Governo da República Democrática do Congo já adotou medidas de controlo e vigilância contra a epidemia de ébola, atualmente considerada "de risco elevado", diz o ministro da Saúde em entrevista à DW África.

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Kongo Ebola Behandlungszentrum in Bikoro
Foto: picture-alliance/AP Photos/UNICEF/Mark Naftalin

Em entrevista exclusiva à DW África, Oly Ilunga, ministro da Saúde da República Democrática do Congo (RDC) afirma que Kinshasa já introduziu medidas de controlo dos principais pontos de entrada e saída da cidade de Mbandaka, onde um caso de ébola foi registado esta quinta-feira (17.05), pela primeira numa zona rural do país.

DW África: Com o surgimento do primeiro caso de ébola em Mbandaka, os especialistas estão preocupados. Será que o Governo também está preocupado?

Oly Ilunga (OI): Esta epidemia para nós é de alto risco por várias razões. Logo à partida para os profissionais da saúde. E também existem duas regiões, Bikoro e Iboko, que foram atingidas nos primeiros momentos. Um terceiro fator de risco é a distância que separa por estrada Bikoro de Mbandaka. No nosso plano de resposta, e em todas medidas que já foram tomadas, tivemos de colocar Mbankada em estado de alerta. Portanto, até agora foram tomadas todas as medidas para conter o ébola.

Kongo Ebola Impfstoff in Kinshasa
Oly Ilunga, ministro da Saúde da República Democrática do Congo (RDC)Foto: Reuters/K. Katombe

DW África: Não é a primeira vez que a RDC enfrenta o vírus do ébola. Será que com as experiências acumuladas no passado, o país vai poder controlar a situação?

OI: Absolutamente! Penso que a experiência adquirida no passado permite-nos efetivamente antecipar da melhor forma algumas situações. E quando uma crise do género surge, há vários indicadores que temos e que nos permite saber se se trata de uma epidemia que vai permanecer sómente na região rural ou se tem potencial para se alargar às zonas urbanas. No caso concreto, desde o início, dissemos que para nós se trata de uma epidemia de alto risco porque existe um grande potencial para se alastrar às zonas urbanas e, portanto, para isso as principais medidas são de controlo e vigilância dos contactos, porque há sempre ligações comunitárias que estão envolvidas diariamente. O segundo nível de resposta diz respeito aos pontos de entrada e saída em Mbandaka. Estamos a desenvolver e a instalar um sistema de controlo e vigilância sanitárias. E, finalmente, dispomos de vacinas que já chegaram a Mbandaka, onde todos os contactos com casos suspeitos serão vacinados para que possamos interromper qualquer cadeia de transmissão do virus.

Ebola-Ausbruch im Kongo
Aeroporto de KinshasaFoto: Reuters

DW África: Pela primeira vez a Organização Mundial da Saúde (OMS) introduziu esta vacina. Acha que a medida foi boa?

OI: Não foi a OMS, mas sim o governo da RDC que fez o pedido. Logo no primeiro dia após ter conhecimento do primeiro caso fiz um pedido à OMS para colocar à nossa disposição vacinas tendo em vista os riscos que todos conhecemos. A OMS permiu às autoridades congolesas que obtivessem num mais curto espaço de tempo essas vacinas. Na verdade quem está a coordenar a vacinação, é a direção do Programa Alargado de Vacinação que, como é evidente, conta com a colaboração da OMS e dos Médicos Sem Fronteiras (MSF).

DW África: Acredita que o atual nível de risco poderá fazer com que as eleições previstas para os finais do corrente ano não tenham lugar?

OI : Não tenho uma resposta para esta pergunta, mas neste momento temos outras preocupações. Para o Governo congolês, a prioridade número neste momento é bloquear a evolução da epidemia do ébola.