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ConflitosSudão

Vários países iniciam retirada de cidadãos do Sudão

nn | com agências
23 de abril de 2023

Tropas alemãs deram início à operação de retirada de pessoal da embaixada em Cartum. EUA concluíram a sua operação de resgate sem qualquer registo de feridos. Vários países coordenam-se com o mesmo objetivo.

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Foto: Labs PBC via AP/picture alliance

O exército alemão, o Bundeswehr, iniciou as operações de retirada de cidadãos alemães em Cartum, de acordo com o Ministério da Defesa alemão.

"Os ministérios da Defesa e dos Negócios Estrangeiros estão a coordenar juntos uma operação de evacuação em curso para cidadãos alemães [no Sudão] em consulta com os nossos parceiros", disse o ministério no Twitter.

"O nosso objetivo é retirar o maior número possível de cidadãos de Cartum nesta situação perigosa. Na medida do possível, também levaremos cidadãos da UE e outros connosco", acrescentou o ministério.

A agência de notícias alemã DPA informou que vários aviões militares alemães partiram já para o Sudão.

Bundeswehr im Sudan für Evakuierung von deutschen Staatsbürgern
Vários aviões militares alemães partiram este domingo (23.04) para o SudãoFoto: Moritz Frankenberg/dpa/picture alliance

A Alemanha juntou-se a uma série de outros países, como Estados Unidos, França, Holanda, Espanha e Bélgica, que começaram a retirar os seus funcionários das embaixadas, bem como as suas famílias durante uma anunciada trégua de três dias.

EUA retiram 100 cidadãos

As tropas dos EUA evacuaram a embaixada norte-americana no Sudão este sábado (22.04), mais de uma semana após o início dos combates entre o exército sudanês e os paramilitares da Força de Apoio Rápido (RSF).

"Hoje, sob minhas ordens, os militares dos Estados Unidos conduziram uma operação para retirar funcionários do Governo dos EUA em Cartum", disse o presidente Joe Biden que agradeceu às autoridades no Djibuti, Etiópia e Arábia Saudita pela sua assistência na missão de evacuação.

Anteriormente, a RSF afirmou que se tinha "coordenado com a Missão das Forças dos EUA, composta por seis aeronaves, para retirar diplomatas e as suas famílias na manhã de domingo".

A operação retirou menos de 100 pessoas, disseram as autoridades em Washington a vários meios de comunicação. Militares norte-americanos, apoiados por três helicópteros MH-47, realizaram a operação, que não resultou em qualquer ferimento ou baixa.

O embaixador da Líbia em Cartum, Fawzi Boumrez, anunciou no sábado (22.04) a retirada de 83 cidadãos e as suas famílias através de Port Sudan (nordeste), localizado a 600 quilómetros da capital e às margens do Mar Vermelho, de onde serão transferidos para a cidade saudita Jeddah antes de retornar ao seu país.

A Itália anunciou que pode ocorrer ainda este domingo o repatriamento de 140 cidadãos. Segundo o chanceler italiano, Antonio Tajani, "foram contatados durante a noite, estão todos bem e foram convidados dirigirem-se à embaixada em Cartum", de onde será tentada a retirada.

Konflikt im Sudan
Pelo menos 413 civis morreram e 3.551 ficaram feridos desde o início do conflito no SudãoFoto: Marwan Ali/AP Photo/picture alliance

O governo britânico informou retirará o pessoal diplomático do Sudão "o mais rápido possível" e aconselhou os britânicos retidos naquele país a comunicar a sua presença ao Ministério das Relações Exteriores e a permanecer em local seguro.

O ministro dos Negócios Estrangeiros de França anunciou uma "operação de retirada rápida" de cidadãos franceses e pessoal diplomático, em que poderão ser apoiados outros cidadãos europeus e nacionais de "países parceiros aliados".

Mais de 400 mortos

Segundo a mais recente contagem da Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos 413 civis morreram e 3.551 ficaram feridos desde o início do conflito no Sudão.

Os confrontos começaram há uma semana entre as forças armadas, comandadas pelo líder de facto do país desde o golpe de Estado de outubro de 2021, o general Abdel Fattah al-Burhan, e os paramilitares do das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), chefiados pelo general Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como "Hemedti".

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