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UNITA condena duplo homicídio em Moçambique

Lusa
21 de outubro de 2024

A UNITA, o maior partido da oposição em Angola, condena o duplo homicídio em Moçambique e apela à justiça. O partido insta instituições internacionais a punirem governos que subvertem a verdade eleitoral.

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Protestos em Maputo na segunda-feira, 21 de outubro
Foto: Silaide Mutemba/DW

A UNITA, oposição angolana), condenou hoje o duplo homicídio em Moçambique, apelando às autoridades moçambicanas que levem os responsáveis à justiça e às instituições internacionais que punam "severamente" os governos que praticam golpes constitucionais. 

Num comunicado divulgado na pagina de Facebook do líder do partido, Adalberto Costa Júnior, a UNITA manifesta "indignação e preocupação" com os assassínios de Elvino Dias, assessor jurídico do candidato às eleições presidenciais moçambicanas Venâncio Mondlane, e de Paulo Nguambe, mandatário do seu partido, destacando que os "tristes acontecimentos" terão tido uma "repugnante motivação política" por ocorrerem em período eleitoral.

"Assim, a direção da UNITA condena, nos termos mais veementes possíveis, este ato macabro que ensombra toda a sociedade moçambicana", lê-se no comunicado, em que a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) se declara solidária com as organizações moçambicanas e internacionais "defensoras da democracia e da transparência eleitoral" que se juntam "ao clamor do povo moçambicano e exigem que a verdade eleitoral seja absolutamente respeitada". 

Angola UNITA fordert Freilassung der "politischen Gefangenen"
UNITA manifesta "indignação e preocupação" com os assassínios de opositores moçambicanosFoto: Borralho Ndomba/DW

O maior partido a oposição angolana exorta as autoridades judiciais moçambicanas a fazerem o seu trabalho "sem quaisquer pressões" e a levarem à justiça, tanto os autores materiais do crime, como sobretudo os seus mandantes.  

Luta pela liberdade e pela democracia 

A UNITA "encoraja" Venâncio Mondlane e o seu partido Podemos a continuarem a "luta pela liberdade e pela democracia em Moçambique".

Por outro lado, chama a atenção das instituições internacionais para a "necessidade de punir severamente os governos que praticam golpes constitucionais, controlando os tribunais e as Comissões Nacionais Eleitorais (CNE), subvertendo a verdade eleitoral, como forma de manutenção do poder".

A UNITA, que conquistou 44% dos votos, nas eleições de 2022 que o MPLA (no poder desde 1975) voltou a ganhar, embora com o pior resultado de sempre queixou-se de fraude eleitoral, mas o Tribunal Constitucional angolano considerou as alegações insuficientes e validou os resultados.

Marchas pacíficas

A polícia moçambicana está hoje a dispersar os participantes nas marchas pacíficas convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane após o assassínio de dois apoiantes.

A polícia confirmou no sábado, à Lusa, que a viatura em que seguiam Elvino Dias, advogado de Venâncio Mondlane, e Paulo Guambe, mandatário do Podemos, partido que apoia Mondlane, mortos a tiro, foi "emboscada".

O crime aconteceu na avenida Joaquim Chissano, centro da capital, e segundo a polícia uma mulher que seguia nos bancos traseiros da viatura foi igualmente atingida a tiro, tendo sido transportada para o hospital.

As eleições gerais de 09 de outubro em Moçambique incluíram as sétimas presidenciais - às quais já não concorreu o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, que atingiu o limite de dois mandatos - em simultâneo com legislativas e para assembleias e governadores provinciais.

A CNE tem 15 dias para anunciar os resultados oficiais, data que se cumpre em 24 de outubro, cabendo depois ao Conselho Constitucional a proclamação dos resultados, após concluir a análise, também, de eventuais recursos, mas sem prazo definido para esse efeito.

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