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UE mobiliza fundos para Angola e Moçambique

Lusa | mc
21 de julho de 2020

A União Europeia vai mobilizar 14,6 milhões de euros para ajuda humanitária em Moçambique, cinco milhões dos quais serão para a população de Cabo Delgado. Três milhões serão alocados a Angola.

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Mosambik Flüchtlinge vor Angriffen in Cabo Delgado in Metuge untergebracht (DW/D. Anacleto )
Deslocados internos em Metuge, Cabo DelgadoFoto: DW

A União Europeia (UE) anunciou esta segunda-feira (20.07) um pacote de apoio para as pessoas mais vulneráveis da África Austral.

Da verba total de 64,7 milhões de euros de ajuda humanitária à região, incluem-se 14,6 milhões de euros para Moçambique e três milhões de euros para Angola, informa a Comissão Europeia em comunicado.

O bloco europeu diz que, no caso de Moçambique, parte do financiamento visa fazer face à "grave deterioração da situação em termos de segurança em Cabo Delgado, no norte", zona para a qual a UE mobiliza "cinco milhões de euros para prestar apoio às pessoas mais vulneráveis da região".

Crise em Cabo Delgado

Mosambik Cabo Delgado | Angriffe von Islamisten
Uma aldeia em Macomia, Cabo Delgado, destruída pelos insurgentesFoto: AFP/M. Longari

A província nortenha de Cabo Delgado é alvo de ataques de insurgentes desde outubro de 2017, classificados desde o início do ano pelas autoridades moçambicanas e internacionais como ameaça terrorista.

Em dois anos e meio de conflito, onde avança o maior investimento privado de África para exploração de gás natural (liderado pela francesa Total), estima-se que já tenham morrido, pelo menos, 700 pessoas e que 250 mil já tenham sido afetadas.

Seca extrema

Em termos gerais, o financiamento comunitário anunciado esta segunda-feira (20.07) visa, também, prestar ajuda alimentar às famílias vulneráveis e apoio os agricultores, dada a seca na África Austral, bem como financiar ações de prevenção e de preparação dos sistemas de saúde locais e ainda prestar assistência em matéria de educação.

A região da África Austral teve, em 2019, um dos trimestres mais secos desde 1981, enfrentando uma grave seca que já causou grandes perdas de gado e destruição das culturas, problemas estes que vieram agudizar as dificuldades económicas daquela população.

Trockenheit im Süden Angolas
O sul de Angola vive uma secaFoto: Amnesty International/Camile Cortez

Preparar catástrofes

Numa alusão ao surto de Covid-19, que poderá agravar ainda mais as necessárias humanitárias já prementes na região, a Comissão Europeia destaca que outro dos objetivos deste apoio é "financiar projetos de preparação para catástrofes que abranjam igualmente as novas necessidades decorrentes da pandemia".

Além de Moçambique e de Angola, este pacote de ajuda destina-se ainda a financiar projetos humanitários no Botsuana (1,95 milhões de euros), nas Comores (500 mil euros), no Essuatíni (2,4 milhões de euros), no Lesoto (4,8 milhões de euros), em Madagáscar (7,3 milhões de euros), no Maláui (7,1 milhões de euros), nas Maurícias (250 000 euros), na Namíbia (dois milhões de euros), na Zâmbia (cinco milhões de euros) e no Zimbabué (14,2 milhões de euros).

"Um montante suplementar de 1,6 milhões de euros destina-se a apoiar ações regionais de preparação para catástrofes", refere ainda a UE.

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