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Ucrânia acusa Rússia de preparar falso referendo

DW (Deutsche Welle) | com agências
22 de abril de 2022

A Ucrânia já tinha acusado a Rússia, no início de março, de querer realizar um referendo em Kherson. O Presidente Volodymyr Zelensky pediu aos habitantes para não darem quaisquer dados pessoais às forças russas.

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Foto: Chingis Kondarov/REUTERS

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou Moscovo de estar a planear um falso referendo independentista nas regiões de Kherson e Zaporizhzhia, que estão sob domínio russo. As regiões estão localizadas a norte da Crimeia, que a Rússia anexou em 2014.

Numa mensagem vídeo transmitida na quinta-feira (21.04) à noite, Zelensky pediu aos habitantes destas áreas para não fornecerem quaisquer dados pessoais, tais como números de passaporte, às forças russas.

"Não é para vos dar ajuda humanitária de qualquer tipo. É para fingir um chamado referendo nas vossas terras, se a ordem para organizar esta farsa vier de Moscovo", avisou Zelensky.

No início de março, a Ucrânia tinha acusado a Rússia de querer realizar um "referendo" em Kherson, à imagem do que se realizou em 2014, para selar a anexação da península da Crimeia, considerada ilegal por Kiev e países ocidentais.

Protesto em Kherson contra a invasão russa
Protesto em Kherson contra a invasão russaFoto: Yanis Obarchuk

"Repúblicas do povo"

Na Ucrânia oriental, os territórios separatistas pró-russos de Donetsk e Lugansk proclamaram a independência como "repúblicas do povo", após referendos também considerados inválidos e não reconhecidos pela comunidade internacional.

"Não haverá república popular de Kherson. Se alguém quiser uma nova anexação, sanções mais fortes irão atingir a Rússia", ameaçou o chefe de Estado ucraniano.

Kherson, nas margens do Mar Negro e do rio Dnieper, foi a primeira grande cidade tomada pelas forças russas após a invasão lançada a 24 de fevereiro.

Mais a nordeste, o exército russo também controla um grande setor nos arredores de Zaporiyia, embora a cidade permaneça sob controlo ucraniano.

Ucrânia: Mulheres apoiam combatentes na linha da frente

Alemanha doa 37 milhões de euros

O Governo alemão anunciou que vai contribuir com cerca de 37 milhões de euros para a reconstrução da Ucrânia.

"A Ucrânia precisa urgentemente de habitação para milhões de pessoas deslocadas internamente e precisa de uma rede elétrica intacta. É aqui que a cooperação alemã para o desenvolvimento pode ajudar no curto prazo", disse a ministra do Desenvolvimento da Alemanha, Svenja Schulze, ao jornal "Augsburger Allgemeine".

Destes 37 milhões de euros, 22,5 milhões serão para a reconstrução da rede elétrica, gravemente danificada pelos ataques russos, 12,4 milhões para a construção de casas para os deslocados internos da Ucrânia e outros dois milhões para equipamentos médicos.

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