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Turismo: O próximo diamante de Angola?

José Adalberto
27 de setembro de 2022

Hoje é o Dia Mundial do Turismo. Angola tem um grande potencial neste setor, mas a contribuição para a economia ainda é diminuta. Cidadãos pedem mais investimentos.

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Quedas de Kalandula, na província de Malanje - uma das muitas belezas naturais de AngolaFoto: DW/G. C. Silva

O turismo é conhecido, mundialmente, como a indústria da paz. Em vários países, é inclusive a principal fonte de receitas. Angola tem um forte potencial no setor - reconhecido internacionalmente - mas a economia do país continua a girar em torno do petróleo e dos diamantes.

Segundo o economista Heitor de Carvalho, nem se sabe muito bem qual o peso do turismo no Produto Interno Bruto (PIB): "O Instituto Nacional de Estatística continua a apresentar o setor do turismo misturado no setor de 'outros serviços', que inclui desde a reparação de automóveis a medicina estética. Não conseguimos distinguir o que é o turismo e o que não é", afirma Heitor de Carvalho em declarações à DW África.

Aposta em "polos turísticos"

Angola continua a ser pouco atrativa como destino turístico, tanto para cidadãos estrangeiros como nacionais. Mas o secretário de Estado do Turismo, Hélder Marcelino, assegura que o Executivo já traçou uma estratégia de desenvolvimento do setor para o próximo quinquénio.

A aposta será no fomento dos chamados "polos turísticos".

Angola Museum der Völker der Region Namibe Regionalmuseum
Furnas da torre do Tombo, em MoçâmedesFoto: Adilson Liapupula/DW

"Estou a falar dos polos turísticos de Cabo Ledo, de Okavango, de Kalandula e do Namibe. Portanto, no que diz respeito a atração do investimento privado, quer seja nacional, quer seja estrangeiro, será canalizado prioritariamente para estes perímetros", anunciou o governante.

Jorge Gabriel, empresário do setor hoteleiro, entende, no entanto, que é necessário ir mais longe.

Como atrair mais turistas?

Há muito mais projetos que precisam de estímulos financeiros, segundo Gabriel.

"Há que repensar seriamente os apoios que o setor precisa. De que adianta termos uma cidade bonita, com infraestruturas, e sem movimentação? É preciso apoio para os operadores que não o têm."

Para o economista Heitor de Carvalho, professor na Universidade Lusíada de Angola, é importante que o país faça investimentos, quer na formação de quadros, quer na melhoria das condições de acolhimento para os turistas.

"O turista vem cá gastar o dinheiro dele, tem de ser bem recebido, com festa. Não pode ser recebido por um funcionário arrogante, a pedir os passaportes, nem podemos ter uma hora de espera para receber malas no aeroporto, não podemos ter uma fila de meia hora para atravessar a alfândega. Isto tem que mudar completamente."

Heitor de Carvalho diz que também será necessário implementar medidas para baixar os preços das viagens e da hospedagem. Segundo o académico, esse é um passo crucial para atrair turistas nacionais e estrangeiros.