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Tillerson encurta visita a África mas promete mais ajuda

Isaac Mugabi | Reuters | EFE | Lusa | tms
13 de março de 2018

Secretário de Estado norte-americano terminou périplo africano mais cedo do que o previsto. Mas antes de regressar aos EUA, Rex Tillerson ainda visitou o Chade e a Nigéria e prometeu reforçar a ajuda contra o terrorismo.

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Foto: Reuters/F. Lenoir

De visita ao Chade, o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, avançou que a Casa Branca está a considerar retirar o país da lista que restringe as viagens aos Estados Unidos da América.

Após um encontro com o Presidente Idriss Déby, esta segunda-feira, (12.03), Tillerson reconheceu que o Chade deu passos importantes para reforçar o controlo de passaportes e melhorar a partilha de informações sobre potenciais terroristas.

"Haverá um relatório ainda este mês, que será analisado pelo Presidente em abril. Esperamos, assim, poder normalizar o relacionamento com o Chade em relação às viagens. Mas ainda temos de esperar até ao relatório final", referiu o secretário de Estado.

Tillerson também considerou que o Chade é um importante parceiro na luta contra o extremismo no Sahel e manifestou-se preocupado em relação à presença de elementos do autointitulado Estado Islâmico na região: "É o motivo pelo qual apoiamos fortemente o G5 Sahel. Esta é uma luta global, que continua aqui muito ativamente em África, com o nosso importante parceiro Chade a contribuir para esse esforço."

Tchad Treffen zwischen Präsident Idriss Déby und US-Außenminister Rex Tillerson
Encontro entre secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson (esq.), e Presidente do Chade, Idriss DébyFoto: DW/B. Dariustone

Apoio para resgatar estudantes

Após a visita ao Chade, Rex Tillerson viajou no mesmo dia para a Nigéria. Em Abuja, encontrou-se com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Geoffrey Onyeama, e anunciou que os EUA vão oferecer ajuda ao Governo nigeriano para resgatar as 110 jovens estudantes, que, no mês passado, foram sequestradas numa escola em Dapchi, no estado de Yobe, supostamente por militantes do grupo radical Boko Haram.

"Os EUA também estão envolvidos nesse esforço coordenado, no apoio, no equipamento, na formação", disse. "Acho que é a melhor maneira de ajudar o Governo da Nigéria a garantir a libertação dessas meninas de forma segura."

O caso fez lembrar o rapto de 276 estudantes da cidade de Chibok em 2014, reivindicado pelo Boko Haram.

Tillerson encurta visita a África mas promete mais ajuda

Luta contra terrorismo e pedido de desculpas

Na sua primeira viagem oficial à África subsaariana, Rex Tillerson também visitou a Etiópia, o Djibuti e o Quénia.

Para o especialista do instituto britânico Chatham House, Mathew Page, a visita de Tillerson centrou-se em dois objetivos principais: "A primeira questão é o fortalecimento de políticas prioritárias dos EUA na luta contra o Boko Haram, não só na Nigéria, como também no Chade, Camarões e Níger. E isto está muito bem simbolizado pela venda de aeronaves de combate à Força Aérea da Nigéria, concluída há algumas semanas. Mas o segundo motivo mais importante é que esta viagem é um pedido de desculpas pelos comentários insultuosos que o Presidente Donald Trump fez sobre África."

Segundo Page, a administração Trump "olha para o continente africano através de uma lente muita estreita".

O Departamento de Estado norte-americano justificou o regresso de Rex Tillerson a Washington um dia mais cedo do que o previsto com "trabalhos urgentes". O périplo africano do secretário de Estado coincidiu com o anúncio do Presidente Donald Trump de que estaria disponível para se encontrar com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un.