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São Tomé: Estabilidade política pode ajudar a superar dificuldades em 2015

Antonio Rocha5 de janeiro de 2015

O Presidente são-tomense quer que 2015 seja um ano de estabilidade política. Analista acredita que a "estabilidade governativa" no país será a grande vantagem, apesar de prever um ano difícil em termos económicos.

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Palácio Presidencial em São ToméFoto: DW/R. Graça

O Presidente de São Tomé e Príncipe, Manuel Pinto da Costa, quer estabilidade política no seu país neste novo ano. O chefe de Estado considera que o novo quadro político saído dos resultados das recentes eleições criou condições para isso.

Sobre as perspetivas do arquipélago para 2015, a DW África entrevistou o analista alemão Gerhard Seibert, atualmente a trabalhar na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), na Baía.

DW África: Quais deveriam ser as prioridades em 2015 para São Tomé e Príncipe?

Gerhard Seibert (GS): Não é fácil responder a esta pergunta porque as perspetivas não são muito boas, sobretudo no campo económico. Acho que uma grande vantagem para São Tomé a partir deste novo ano é a estabilidade governativa porque o Governo de Patrice Trovoada tem uma maioria absoluta no Parlamento, uma situação que já não acontecia desde 2008. Em termos de governação, acho que podemos esperar alguma estabilidade, o que é positivo.

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Mas, por outro lado, não podemos esquecer que este Governo é quase o mesmo Governo que já esteve no poder de 2010 a 2012 e nesses dois anos não podia fazer milagres. Acho que em 2015 e nos anos seguintes também não há condições, tanto internas como externas, para que este Governo possa fazer milagres económicos para desenvolver a economia nacional.

DW África: O Governo de Patrice Trovoada tem como desafio conseguir verbas para pôr em prática as várias promessas eleitorais, mas isso depende em grande parte da comunidade internacional, que também está a braços com uma crise económica.

GS: Exatamente. Um fator negativo para São Tomé e Príncipe é a descida dos preços do petróleo. Isso significa, por um lado, que os doadores ou parceiros como Angola, Gabão e Guiné Equatorial também têm os seus problemas devido a esta situação, que vai continuar. Isso também significa que em São Tomé, que até agora já não conseguia atrair investidores para a sua zona exclusiva e para a zona conjunta com a Nigéria em termos de exploração e desenvolvimento petrolífero, esse problema vai ser ainda maior em 2015.

DW África: Na campanha eleitoral, Patrice Trovoada falou em transformar São Tomé e Príncipe num "pequeno Dubai de África", através de uma plataforma de serviços na região do Golfo da Guiné. Isso é um sonho, uma utopia, ou algo que pode ser concretizável?

Porträt Gerhard Seibert
O analista alemão Gerhard Seibert, especialista em São Tomé e PríncipeFoto: DW

GS: Não posso prever o futuro distante, mas a curto prazo acho que não tem hipóteses de realização porque as condições externas não permitem realizar esta ideia. Aliás, a ideia não é nova. Já antes existia esta ideia de transformar São Tomé e Príncipe numa plataforma de serviços.

Agora fala-se no Dubai, nos anos 90 falou-se em transformar São Tomé e Príncipe na "Singapura do Golfo da Guiné". É fácil dizer isso, mas é muito difícil realizar uma promessa eleitoral como essa. Não vejo como é que o Governo, a curto prazo, possa realizar o projeto de transformar São Tomé no "Dubai do Golfo da Guiné".

DW África: Diz-se que há um desânimo que se instalou no seio da sociedade civil, principalmente em relação à confiança dos cidadãos nas instituições e no futuro do país. Será possível inverter esta situação?

GS: Acho que em parte é possível, porque nem tudo depende do investimento externo, das ajudas internacionais. Muita coisa pode também ser feita pela própria sociedade, pelo Governo, pelos ministérios, pelos responsáveis no próprio país. Essa possibilidade existe.

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