STP: Patrice Trovoada não irá chefiar próximo governo
11 de novembro de 2018O líder da Ação Democrática Independente (ADI), partido vencedor das eleições legislativas em São Tomé com maioria simples, disse, este sábado (10.11), estar disposto a abdicar da chefia do próximo executivo por entender que a sua presença "iria cristalizar e aumentar ainda mais a preocupação das forças da oposição".
Patrice Trovoada que falava aos jornalistas numa conferência de imprensa, fez saber ainda que o seu partido vai formar governo minoritário, caso não haja entendimento para um governo de base alargada. "Se não houver vontade de ir ao fundo da questão que é o desenvolvimento de São Tomé e Príncipe, os desafios que nós temos, os constrangimentos internos e externos, as reformas, etc, eu penso que o ADI irá formar um governo minoritário e depois no parlamento iremos continuar a ver se se consegue, de facto, entendimento para que esse governo possa executar o seu programa", disse.
O ADI apresentará nos próximos dias uma figura para primeiro-ministro que possa ir avante "com os objetivos do partido", acrescentou Patrice Trovoada, que regressou, este sábado (10.11) a São Tomé e Príncipe, depois de um mês no estrangeiro, durante o qual foi acusado pela oposição de "abandonar o país".
Nas últimas semanas, o ADI desdobrou-se em contactos diversos com a sociedade civil, congregações religiosas e tentou encontros com partidos políticos para a formação de um governo de base alargada, mas com estes últimos não teve sucesso.
"Rancor pessoal"
Patrice Trovoada reconheceu que a falta de uma maioria absoluta está a dificultar o seu partido de formar um governo estável, defendendo, por isso ser necessário "procurar uma solução que ofereça maior sustentabilidade". No entanto, o diálogo com os partidos da oposição está difícil.
Segundo o primeiro-ministro cessante, "existe muito rancor pessoal, há poucos problemas políticos e ideológicos, há sobretudo aqui um confronto, um rancor que vai até ao ponto do ódio em relação a uma pessoa que é o primeiro-ministro Patrice Trovoada", explicou, reconhecendo que "tem tido muita dificuldade no relacionamento com outras forças políticas", facto que considera, no entanto, "ultrapassável".
Patrice Trovoada considera que as reformas que o seu governo vem implementando "é um imperativo", mas que foram aproveitadas em momento eleitoral para protestar e resultou "na perda de alguns pontos" para o ADI.
Este sábado (10.11), o líder do maior partido da oposição desmentiu que haja "negociações oficiosas" com a ADI para formação de um governo de base alargada.