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Solução para caça furtiva de elefantes e rinocerontes ainda é distante

Joyce Copstein6 de novembro de 2014

Proteção da fauna selvagem na África Austral exige esforços contínuos e cooperação entre governos. Para especialistas, não há resposta única ou rápida ao problema, que ameaça rinocerontes e elefantes na região.

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Foto: JON HRUSA/AP/dapd

Enfrentar a indústria transnacional que ameaça elefantes e rinocerontes, entre outros animais silvestres, requer ações diversificadas, integradas e duradouras. A avaliação é de especialistas que atuam na África Austral, onde as espécies são vítimas da caça para servir aos mercados asiáticos.

Se, por um lado, a cooperação entre África do Sul e Moçambique é considerada satisfatória, por outro, áreas como infraestrutura, capacitação e gestão da conservação devem passar por melhorias constantes, salienta o consultor técnico da sul-africana Peace Parks Foundation, Brad Poole. Segundo ele, os dois países já têm adequado a legislação, mas é necessário aprimorar também os sistemas judiciais:

"Na África do Sul há leis muito rígidas, e as punições são muito severas. Em Moçambique existem ações para melhorar a lei: agora a caça ilegal e o comércio de produtos da vida selvagem são crimes severos. E, o mais importante, é preciso colocar os processos judiciais no lugar para poder aplicar a lei", opina.

Carências na segurança

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Procura pelo marfim reduziu a menos da metade a população de elefantes em Moçambique desde a década de 1970Foto: E. Valoi

A assistência às forças de segurança é um ponto crítico na fronteira entre os países, que abriga o Parque Kruger e do Parque Nacional do Limpopo. Na reserva moçambicana, apenas agora haverá uma unidade especializada no combate à caça furtiva. O treinamento faz parte do acordo assinado recentemente entre a Peace Parks e o Ministério do Turismo do país, que prevê um aporte de 2,2 milhões de euros pelos próximos cinco anos.

Trabalho com comunidades locais

Para o diretor executivo da Fundação Joaquim Chissano, de Moçambique, não são apenas medidas repressivas que estão a faltar. Leonardo Simão afirma que é preciso atuar junto às comunidades locais que obtêm ganhos com o crime.

"Não se pode ver o problema da caça furtiva de uma forma militar, é mais do que isso. É um conjunto de ações interligadas que passam necessariamente pelo aumento do nível de vida das comunidades. As comunidades são de uma forma ou de outra cúmplices por terem benefícios da caça furtiva. Quando elas começam a ter benefícios tangíveis pra sua vida, elas tornam-se menos permeáveis à sua utilização como caçadores furtivos."

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Já extintos no sul de Moçambique, rinocerontes são alvo da caça ilegal na África do SulFoto: ALEXANDER JOE/AFP/Getty Images

Simão adianta que a Fundação está a iniciar um mapeamento das carências para então lançar ações de desenvolvimento das comunidades. Outra iniciativa em estudo é um protocolo na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC).

Ameaça ao turismo em áreas protegidas

De acordo com a Peace Parks Foundation, os crimes contra a vida silvestre representam a quarta maior atividade ilegal do mundo, depois do tráfico de drogas, da falsificação e do tráfico de pessoas.

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Leopardos e leões também são vítimas da rede criminosa, responsável pela quarta maior atividade ilegal do mundoFoto: Getty Images

Esses crimes movimentam pelo menos 15 mil milhões de euros ao ano e põem em perigo não apenas a fauna, mas também o turismo nas áreas protegidas da África, um dos principais motores do Produto Interno Bruto (PIB) da região.

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