Telegram ganha 25 milhões de utilizadores em 72 horas
14 de janeiro de 2021Cerca de 25 milhões de novos utilizadores cadastraram-se na plataforma de mensagens Telegram em 72 horas, disse o seu fundador, o russo Pável Dúrov, esta semana. O fenómeno acontece na sequência do anúncio feito pela aplicação concorrente, WhatsApp, de que vai passar a compartilhar mais dados dos utilizadores com a empresa mãe, Facebook .
"Durante a primeira semana de janeiro, o Telegram ultrapassou 500 milhões de usuários ativos mensais. Depois disso, ele continuou a crescer: 25 milhões de novos usuários chegaram ao Telegram nas últimas 72 horas”, disse Dúrov.
"Este é um aumento significativo em relação ao ano passado”, continuou, acrescentando que o Telegram já havia tido ondas repentinas de registros durante os seus "sete anos de experiência na proteção da privacidade de seus utilizadores”, mas, "desta vez é diferente", sublinha.
Novas políticas do WhatsApp desagradam
"As pessoas não trocam mais a sua privacidade por serviços gratuitos. Não querem mais ser reféns de monopólios de tecnologia", acrescentou o bilionário de 36 anos.
As declarações de Pável Dúrov referiam-se, de forma indireta, ao WhatsApp, alvo de críticas desde quinta-feira passada, (07.01), após ter pedido aos seus dois bilhões de assinantes que aceitassem novas condições de uso.
Os utilizadores que rejeitarem as novas políticas de privacidade não poderão aceder às suas contas a partir do próximo dia 8 de fevereiro. Dessa forma, o grupo busca rentabilizar a sua plataforma ao permitir que anunciantes entrem em contato com seus clientes pelo WhatsApp, e até mesmo vendam os seus produtos diretamente, como já acontece, por exemplo, na Índia.
O anúncio do WhasApp teve consequências também para outro aplicativo de mensagens, o Signal, que desde a semana passada está na lista dos mais baixados nas plataformas Apple Store e Google Play em diversos países.
Fundado em 2013 pelos irmãos Pável e Nikolái Dúrov, criadores da popular rede social russa VKontakte, o Telegram afirma que a segurança é a sua prioridade e geralmente recusa-se a colaborar com as autoridades, o que tem levado a tentativas de bloqueio em alguns países.