Rio 2016: Atletas dos PALOP prontos para a competição
1 de agosto de 2016Com o Rio de Janeiro como anfitrião dos Jogos Olímpicos de 2016, mais de 200 comitivas dos países membros do Comité Olímpico Internacional (COI) rumam até ao Brasil. Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe também fazem parte da lista de países na competição.
Apesar das dificuldades causadas pela crise financeira que Angola atravessa, é o País Africano de Língua Portuguesa (PALOP) a apresentar a maior comitiva, com 25 atletas.
Mário Rosa de Almeida, chefe da Missão Olímpica angolana, admite que as “condições de preparação não são iguais às anteriores”, mas que foram as dificuldades que “aguçaram a inteligência e a capacidade dos nossos treinadores e atletas para contornar a crise e procurar chegar à qualificação”, num percurso que considera “vitorioso”.
Já no Rio de Janeiro, o chefe da Missão Olímpica de Angola mostra-se otimista, apesar de não estar à espera que os atletas angolanos consigam chegar ao pódio nas suas modalidades. “Não somos uma missão que aspira, obviamente, a medalhas. Mas se as medalhas vierem, se os adversários nos derem a oportunidade para chegar lá, não vamos abdicar da oportunidade”, diz Almeida, que promete “procurar o melhor resultado possível”.
“Atletas convidados não têm menos mérito”
Também Cabo Verde irá fazer parte dos países participantes dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, com a sua maior comitiva de sempre, constituída por cinco atletas. “[Três atletas] foram qualificados por mérito próprio e dois com wild card”, como explica Filomena Fortes, presidente do Comité Olímpico Cabo-verdiano (COC).
Este ano, o COI colocou à disposição 20 lugares para atletas que não tenham conseguido um lugar nas qualificações mas que, pelo seu desempenho, se justifique que sejam apurados para participar na competição – os chamados wild cards. Lidiane Lopes, velocista, e Elyane Boal, de ginástica rítmica, foram convidadas a representar Cabo Verde nesta lista.
“Para mim, elas também são verdadeiras heroínas”, diz Filomena Fortes, que pensa que muita gente acredita que, quando são convidados, os “atletas têm menos mérito”. “É preciso que as pessoas percebam que, para que estas atletas sejam convidadas, tenham de ter uma certa performance e estejam no topo das atletas que possam ter o wild card”, explica.
A presidente do COC destaca o percurso de ambas as atletas, que as fez merecer os convites do COI. “A Elyane Boal é considerada uma das melhores [atletas] em África em ginástica rítmica e a Lidiane pela sua performance, até porque esta é a segunda vez que participa nos Jogos Olímpicos, depois de Londres 2012”.
Filomena Fortes espera que a sorte esteja do lado dos seus atletas, para que possam subir aos lugares do pódio. “Em função da sorte e até mesmo do sorteio, nós podemos pensar que podemos ter alguma boa prestação”, diz. “Nada é descartado, tudo está em aberto. Mas, de certeza, que toda e qualquer performance que eles façam será o melhor que poderão fazer”.
A cerimónia de abertura do Rio 2016 tem lugar esta sexta-feira (05.08), às 19h15 (hora local), no Estádio do Maracanã.