Revista de Imprensa: República Centro-Africana e Tunísia no centro das atenções
20 de dezembro de 2013Paris quer mais solidariedade dos parceiros europeus. Exige, nomeadamente, uma contribuição para ajudar a pagar os custos da sua intervenção militar na República Centro-Africana. Der Spiegel publicou - a respeito - um artigo intitulado "A conta da inatividade".
Paris e Berlim - dois polos antagónicos no que respeita a intervenções militares
Citamos: "Os parceiros da França na União Europeia evitam mais intervenções militares no estrangeiro e sobretudo em África. A França aproveita e ocupa o vácuo, apresentando agora à Europa a fatura da sua intervenção na República Centro-Africana. E - diga-se - a maior parte da conta caberia à Alemanha. Paris e Berlim são dois pólos antagónicos, no que diz respeito à política externa e de segurança. Uma coisa é certa: a Alemanha é um gigante económico que, normalmente, se esconde atrás de outros países económicamente menos potentes, quando se trata de intervir militarmente em cenários de crise internacionais. A Alemanha prefere, pois, empurrar os riscos políticos e físicos para outros países como a Grã Bretanha e, ultimamente, sobretudo a França".
Paris exige mais solidariedade dos parceiros europeus
O Süddeutsche Zeitung Debruça-se sobre o mesmo tema , num artigo intitulado "Paris exige mais solidariedade".
"O ministro francês dos negócios estrangeiros, Laurent Fabius, já anunciou que o seu presidente François Hollande vai com um objetivo para a cimeira da União Europeia desta sexta-feira: a criação de um fundo europeu para o financiamento de intervenções militares fora da Europa. Note-se que a França estima que os custos da intervenção militar na República Centro-Africana poderão ultrapassar os 100 milhões de euros. Não será, pois, fácil chegar a um acordo. Da Alemanha ouvem-se comentários céticos. Por sua vez, o ministro holandês dos negócios estrangeiros já disse que a criação do fundo não é uma má ideia".
Tunísia escolhe chefe de governo transitório
Na Tunísia vai ser, em breve, empossado um novo chefe de governo. Trata-se do independente Mehdi Jomaa, um candidato de compromisso entre os vários partidos representados no parlamento. No próximo ano haverá eleições antecipadas.
O Berliner Zeitung escreve: "Foi a última oportunidade para um acordo entre o partido islamista Ennahda e os partidos seculares da oposição. E de facto conseguiram chegar a um acordo, escolhendo Mehdi Jomaa, um engenheiro de 51 anos, que não é islamista e ao mesmo tempo muito moderado nas suas posições secularistas. Os tunisinos, entretanto, continuam muito frustrados, pois dois anos depois da revolução que culminou com o derrube do presidente Ben Ali, os problemas aumentaram em vez de diminuirem".
Autoimolação de Mohamed Bouazizi foi há três anos
O jornal Neues Deutschland escreve o seguinte sobre a Tunísia: "Fez esta semana três anos que morreu Mohamed Bouazizi, o vendedor de rua cuja autoimolação, no dia 17 de dezembro de 2010, foi o estopim dos protestos na Tunísia que levaram ao então presidente Ben Ali a renunciar, depois de 23 anos no poder. Agora, finalmente, foi fundada uma denominada 'comissão da verdade' que deverá apurar as responsabilidades do regime de Ben Ali pelas sucessivas violações dos direitos humanos. Ainda bem, porque as vítimas e as suas famílias merecem não caír em esquecimento".
Finalmente destaque para uma reportagem do die Tageszeitung sobre as emissões de rádio da DW em haúça, a língua que se fala no norte da Nigéria e zonas limítrofes, por exemplo no Níger.
Citamos: "A DW emite programas em hauça há 50 anos. Outras rádios internacionais, como a Voz da América, a Rádio France Internationale ou a BBC, também produzem programas nesta língua originária da zona de Abuja, mas que se está a transformar numa língua franca para toda a região. Agora até os chineses descobriram aquele mercado para emitirem os seus próprios programas de rádio em haúça. O jornal cita ainda o chefe dos serviços da DW em haúça, Thomas Mösch, que acaba de festejar o 50°. aniversário do programa, com as seguintes palavras: 37 por cento do nosso público alvo assistem regularmente aos nossos programas. O nosso público tem entre 18 e 40 anos de idade, é relativamente bem formado e é muito curioso".