Oposição alerta para possível violência
1 de agosto de 2022A Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), principal partido da oposição, acusou, esta segunda-feira (01.08), a polícia de estar preparada para "agir violentamente", em caso de eventuais manifestações contra o custo de vida, assinalando que esta postura configura uma violação de direitos fundamentais.
"Circulam rumores de que a polícia se encontra espalhada pelo país, sobretudo na cidade de Maputo, para agir violentamente, a qualquer momento", afirmou o porta-voz da RENAMO, José Manteigas, em conferência de imprensa.
O comportamento da Polícia da República de Moçambique (PRM) corresponde a uma autêntica intolerância política e negação dos direitos fundamentais dos cidadãos, considerou Manteigas.
O porta-voz da RENAMO acusou ainda a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido no poder, de cobrar fundos coercivamente aos funcionários do Estado visando o financiamento do próximo congresso da organização, agendado para setembro.
"O partido no poder é tão impopular que cobra coercivamente aos professores e outros funcionários", apontou.
O agravamento do custo de vida no país, devido ao impacto da guerra entre Rússia e Ucrânia, tem aumentado as tensões sociais em Moçambique, com o país a viver sob permanente espetro de manifestações, nomeadamente nas principais cidades do país.
Resposta da FRELIMO
Após as declarações de Manteigas, a FRELIMO acusou a RENAMO de incitar à violência e de pretender retardar o desenvolvimento do país.
"A agenda da RENAMO é retardar o desenvolvimento do país, incentivando manifestações que vão perturbar o funcionamento normal da vida dos moçambicanos", disse o porta-voz da FRELIMO, Caifadine Manasse, citado pelo canal público Televisão de Moçambique (TVM).
Manasse afirmou que o Presidente da República e da FRELIMO, Filipe Nyusi, bem como o seu Governo, estão sensíveis às dificuldades enfrentadas pela população moçambicana, estando a preparar um pacote de medidas de alívio ao impacto da atual conjuntura.
"O custo de vida é uma situação geral no mundo, devido à guerra Rússia-Ucrânia", enfatizou o porta-voz do partido no poder.
Apontou igualmente a guerra na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, e as calamidades naturais como fatores que têm exacerbado o elevado custo de vida no país.
Caifadine Manasse apelou ao trabalho árduo de todos os moçambicanos visando aligeirar o atual custo de vida.
Artigo atualizado às 22:05 (CET) de 01 de agosto de 2022.