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PolíticaBrasil

Relações entre China e Brasil são "fundamentais" para a paz

Lusa
14 de abril de 2023

Palavras do Presidente chinês, que recebeu, esta sexta-feira (14.04), em Pequim, o seu homólogo brasileiro Lula da Silva. Na mesma ocasião, Xi Jinping afirmou que as relações com Brasília são uma prioridade para a China.

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China Präsident Xi und Lula
Foto: Ken Ishii/Kyodo News/AFP

O Presidente chinês, Xi Jinping, disse, esta sexta-feira (14.04), que as relações entre China e Brasil "desempenham" um papel fundamental para a "estabilidade e paz mundiais", numa reunião com o homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. 

"O desenvolvimento saudável e estável das nossas relações é fundamental para a estabilidade e paz mundiais", afirmou Xi.

Lula da Silva foi recebido, em Pequim, esta sexta-feira, por Xi Jinping, com guarda de honra, salvas de canhão e o hino dos dois países tocado por uma banda militar, que homenageou ainda o Brasil ao tocar a melodia da música "Novo Tempo", de Ivan Lins.

A cerimónia decorreu junto à porta leste do Grande Palácio do Povo, de frente para a Praça Tiananmen, o centro físico e político da capital chinesa. Os dois estadistas reuniram-se a seguir num dos salões do Grande Palácio do Povo.

China Präsident Xi und Lula
Lula da Silva foi recebido, em Pequim, com guarda de honra e salvas de canhãoFoto: Ken Ishii/Kyodo News/AP/picture alliance

Xi disse que China e Brasil "são dois dos grandes países em desenvolvimento e dois importantes mercados emergentes". 

"As nossas relações são estáveis e estão em constante desenvolvimento", frisou.

Interesses comuns

O líder chinês lembrou que os dois países têm "interesses comuns" e que Pequim vai dar "prioridade" às relações com Brasília. "Esta é uma relação que vai beneficiar ambos. A abertura da China vai trazer oportunidades para todos", afirmou o líder chinês, no início da reunião.

A China "almeja a criação de um novo paradigma de desenvolvimento", afirmou Xi, que mencionou ainda a Iniciativa de Segurança Global. Esta iniciativa visa construir uma "arquitetura global e regional de segurança equilibrada, eficaz e sustentável", ao "abandonar as teorias de segurança geopolíticas ocidentais". Em particular, a proposta chinesa opõe-se ao uso de sanções no cenário internacional.

Por seu lado, Lula da Silva disse que o seu governo quer trabalhar para que as relações entre China e Brasil "não sejam apenas de interesse comercial".

"Queremos que transcenda para além do comercial e que seja profundo, forte", disse o chefe de Estado brasileiro, apontando a importação da cooperação nos setores alterações climáticas, energia limpa ou tecnologia, visando cumprir os objetivos da Agenda 2030 da ONU.

China Präsident Xi und Lula
Lula da Silva termina, esta sexta-feira, a sua visita de dois dias à ChinaFoto: Ken Ishii/Kyodo News/AFP

Antes da sua reunião com o Presidente chinês, Lula da Silva já havia reforçado, num encontro com o presidente da Assembleia Popular Nacional da China, Zhao Leji, querer trabalhar com Pequim para "equilibrar a geopolítica mundial".

"Queremos elevar o patamar da parceria estratégica entre os nossos países, ampliar os fluxos de comércio e, junto com a China, equilibrar a geopolítica mundial", afirmou o chefe de Estado brasileiro, que termina, esta sexta-feira, a sua visita de dois dias ao país.

Lembrando que o Brasil foi o primeiro país a reconhecer a China como economia de mercado, Lula disse que a parceria entre Brasília e Pequim "tem o potencial de consolidar uma nova relação entre os países em desenvolvimento no âmbito global".

Durante os primeiros dois mandatos de Lula da Silva, entre 2003 e 2011, a relação comercial e política entre Brasil e China intensificou-se, marcada, em particular, pela constituição do bloco de economias emergentes BRICS, que inclui ainda Rússia, Índia e África do Sul.

O grupo reuniu-se pela primeira vez em 2009 - na altura ainda sem a África do Sul -, na sequência da crise financeira global, e logo estabeleceu uma agenda focada na reforma da ordem internacional, visando maior protagonismo dos países emergentes em organizações como as Nações Unidas, o Banco Mundial ou o Fundo Monetário Internacional (FMI).

No conjunto, os BRICS representam cerca de 40% da população mundial e 24% do produto global bruto.

Na visão de Pequim e Moscovo, a ascensão dos BRICS ilustra a emergência de "um mundo multipolar", expressão que concentra a persistente oposição dos dois países ao "hegemonismo" ocidental e, em particular, dos Estados Unidos.

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